Esta reunião dos líderes dos países do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em um formato virtual sem precedentes foi organizada com urgência pela primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.
A Nova Zelândia deve sediar a cúpula anual da organização em novembro, também em formato virtual. Mas Ardern estimou que o contexto extraordinário criado pela pandemia exigia que certas questões fossem tratadas sem demora.
"Esta é uma oportunidade única de reunir os líderes da APEC para debater como superar a crise sanitária na nossa região e acelerar a recuperação econômica", declarou Ardern antes da reunião que começou às 23h (8h de Brasília).
"Responder coletivamente é vital para acelerar a recuperação econômica da região", estimou Ardern.
Antes da cúpula, a Casa Branca garantiu que os Estados Unidos pretendem servir de "arsenal de vacinas na região".
Esta cúpula será a ocasião para o presidente americano conversar com muitos líderes da região, pela primeira vez, desde que assumiu o cargo em janeiro, e para expressar sua defesa de uma região "livre e aberta", segundo autoridades americanas.
O presidente russo, Vladimir Putin, os primeiros-ministros japonês, Yoshihide Suga, e australiano, Scott Morrison, também participam desta reunião da APEC. Juntos, seus países-membros produzem 60% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Resta saber se Biden e Xi serão capazes de colocar de lado as rivalidades de um relacionamento cada vez mais tenso entre Estados Unidos e China para cooperar como deseja Ardern.
Washington acusa Pequim de falta de transparência sobre as origens da pandemia, enquanto as disputas comerciais e a questão do tratamento da minoria uigur na China causam tensões entre os dois países.
Ardern também espera mais poderes para a Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como mecanismos transfronteiriços, para identificar e reagir o mais rápido possível a futuras epidemias.
"É óbvio que nossa comunidade internacional não estava devidamente preparada para a covid-19", frisou.
Ela também pediu uma melhor cooperação internacional em vacinas, julgando que os surtos epidêmicos descontrolados da variante Delta na Tailândia, ou na Indonésia, são um lembrete de até que ponto os Estados estão errados em apostar tudo na vacinação de sua população em detrimento da cooperação internacional.
"Ninguém estará seguro até que todos estejam seguros", disse ela.
Em particular, ela quer mais recursos para o Covax, o programa da ONU que visa a garantir o acesso equitativo às vacinas, mas que ainda luta para arrecadar doses suficientes para os países mais pobres. Os Estados Unidos têm contribuído amplamente para este mecanismo.
Enquanto em alguns países desenvolvidos 70% da população está vacinada, em outros, essa proporção é inferior a 1%, segundo a ONU.
WELLINGTON