Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Biden e Facebook em embate sobre desinformação ligada a vacinas

O tom subiu nesta sexta-feira entre o governo americano e o Facebook, devido à desinformação ligada às vacinas contra a Covid-19. O presidente Joe Biden acusou a rede social de "matar gente", e a mesma respondeu que ajuda "a salvar vidas".



Questionado por jornalistas sobre sua mensagem a empresas como o Facebook em relação à desinformação sobre a covid-19, o presidente afirmou: "estão matando pessoas". "A única pandemia que temos é entre aqueles que não foram vacinados. Eles estão matando pessoas", disse antes de deixar a Casa Branca de helicóptero.

O governo Biden elevou o tom nesta semana contra os grandes grupos de tecnologia, convocando-os a lutar mais firmemente contra as informações falsas sobre as vacinas.

"Há cerca de 12 pessoas produzindo 65% da desinformação contra vacinas nas redes sociais. Todas permanecem ativas no Facebook, embora algumas tenham até sido proibidas em outras plataformas" pertencentes ao Facebook, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, sem citar nomes. "O Facebook precisa ser mais rápido para remover mensagens perigosas e que violam as regras. Elas persistem por dias. É muito tempo. As informações viajam muito rápido", acrescentou.

"A desinformação custa vidas", afirmou o diretor médico dos Estados Unidos, Vivek Murthy. "Os grupos de tecnologia permitiram que ela contaminasse o nosso ambiente", afirmou, pedindo uma ação "rápida e consistente contra os maiores distribuidores" de informações falsas.



- Facebook rebate críticas -

O grupo de Mark Zuckerberg, que contratou um exército de verificadores de dados independentes, incluindo da AFP, para tentar limpar seu conteúdo, rebateu as afirmações da Casa Branca. "Não irão nos distrair as acusações que não forem respaldadas por fatos", disse à agência um porta-voz do Facebook.

Mais de 2 bilhões de pessoas tiveram acesso nessa rede social a informações autorizadas sobre a Covid e as vacinas, muito mais do que em qualquer outro site, assinalou o grupo. "Mais de 3,3 milhões de americanos também usaram nossa ferramenta de busca sobre vacinas para pesquisar onde e como se vacinar. Os fatos mostram que o Facebook está ajudando a salvar vidas."

Antes, a empresa de Zuckerberg afirmou que havia removido "mais de 18 milhões de informações incorretas sobre o novo coronavírus" e "distribuído informações confiáveis sobre a covid-19 e vacinas para mais de 2 bilhões de pessoas".

Os Estados Unidos trabalham para dar novo gás à vacinação contra o coronavírus, especialmente em face da rápida disseminação da variante Delta. De acordo com as autoridades de saúde, o atual aumento de infecções e mortes por covid-19 em todo o país afeta quase exclusivamente pessoas que não foram vacinadas.



- Não vacinados -

Segundo autoridades sanitárias americanas, o aumento atual dos casos e mortes por Covid no país afeta quase que exclusivamente pessoas que não se vacinaram. "Há uma mensagem clara sendo transmitida: isso está se tornando uma pandemia de não vacinados", afirmou Rochelle Walensky, diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) nesta sexta-feira.

"As pessoas não vacinadas representam quase todas as internações e mortes", assinalou o coordenador na Casa Branca da resposta à pandemia, Jeff Zients.

Muitos dos que se recusam a serem imunizados, apesar da fácil disponibilidade de doses nos Estados Unidos, disseram não confiar nas vacinas. O ceticismo é alimentado tanto por postagens falsas de ativistas antivacinas nas redes sociais, quanto por políticos republicanos que afirmam que as vacinas são parte das tentativas de controle do governo.

FACEBOOK

audima