Jornal Estado de Minas

SANTIAGO

Partidários e detratores do regime cubano se enfrentam no Chile

Apoiadores e detratores do regime cubano se enfrentaram com golpes e pedras em um protesto registrado nesta sexta-feira (16) em frente ao Consulado de Cuba em Santiago do Chile, devido às manifestações inéditas na ilha caribenha.



Centenas de pessoas se reuniram em frente ao prédio da embaixada, algumas com bandeiras do Partido Comunista Chileno e faixas de apoio ao regime cubano; outros, a maioria cubanos que vivem no Chile, gritando contra o presidente Miguel Díaz-Canel pela repressão durante as manifestações na ilha no último fim de semana na ilha.

"Estamos 62 anos esperando por mudanças que nunca vão fazer. Eles têm que ir. Temos que fazer uma Cuba inclusiva, uma nova Cuba", disse à AFP María de Los Angeles, uma das manifestantes contra o governo.

"Há repressão em meu país, eles estão mandando os jovens saírem para lutar, há famílias com pessoas desaparecidas", afirmou o jornalista cubano Pablo Alfonso, à CNN Chile.

O ânimo entre os dois grupos esquentou em meio a gritos, ameaças e insultos até que começaram a se bater, cuspir e atirar pedras uns aos outros, enquanto uma bomba de gás lacrimogêneo foi lançada no meio do batalhão, confirmou um jornalista da AFP.

"Há dois civis e um policial feridos. Todos foram transferidos para centros de assistência", disse Natalia Gutiérrez, subprefeita da Polícia.



Agentes das Forças Especiais da Polícia Chilena separaram os dois lados, mas entraram em confronto novamente em pelo menos mais duas ocasiões.

Outros protestos de cubanos no Chile contra o regime de Díaz-Canel foram registrados nos últimos dias no mesmo local, mas também contra o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos a Cuba desde a década de 1960.

"O povo cubano resiste bravamente por 60 anos a um bloqueio genocida que se agravou por causa da pandemia", disse Gloria Jara.

A representação diplomática de Havana em Santiago não comentou esses protestos.

Dias atrás, o governo chileno exortou as autoridades cubanas em um comunicado a permitir as manifestações "de forma livre e sem intimidação".

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