Wes Anderson, Asghar Farhadi, Paul Verhoeven, Nanni Moretti... são algumas das figuras da sétima arte que estão na disputa pelo prêmio, embora nomes menos conhecidos também tenham força, como o japonês Ryusuke Hamaguchi que, se ganhar com seu filme sentimental "Drive my car", se tornará o terceiro diretor consecutivo a levar a Palma para a Ásia.
Também está na competição "Memória", o filme de Apichatpong Weerasethakul, gravado na Colômbia e protagonizado por Tilda Swinton. O diretor tailandês já recebeu o prêmio máximo em 2010 por "Tio Boonmee, Que Pode Recordar Suas Vidas Passadas".
No total, 24 filmes estão na disputa. Quatro são dirigidos por mulheres e nenhum por um latino-americano, embora a produtora mexicana Piano participe de "Memória", do musical "Annette" e de "Bergman Island".
Apesar de uma discreta presença do cinema latino-americano na seleção oficial, o Brasil pode ganhar a Palma de Ouro de melhor curta-metragem. Dos dez filmes na disputa, dois são dirigidos por brasileiros: "Sideral", de Carlos Segundo, e "Céu de Agosto", de Jasmin Tenucci.
A cerimônia de premiação começará às 14h30 (Brasília), momento em que o júri de Spike Lee já terá alcançado um consenso após se reunir a portas fechadas durante o dia em um lugar secreto de Cannes.
Junto ao primeiro presidente negro do júri, estão o diretor brasileiro Kleber Mendonça ("Bacurau") e a atriz americana Maggie Gyllenhaal ("The Dark Knight"), entre outros.
"Prometi às pessoas do júri que não seria um ditador, que seria democrático... mas até certo ponto, porque se o júri estiver dividido quatro contra quatro, sou eu quem decide!", brincou (ou não) o diretor veterano, de 64 anos.
O júri teve a oportunidade de impulsionar o cinema autoral gravado antes e durante a pandemia. As dúvidas dos milennials ("The worst person in the world"), o perigo das redes sociais ("Um herói") e os maus tratos às mulheres ("Annette") afloraram na competição como crescentes preocupações sociais.
O vencedor da Palma de Ouro sucederá "Parasita", o filme de Bong Joon-ho que arrasou no Oscar em 2020.
"Drive My Car" recebeu um primeiro prêmio, o Prêmio do Júri Ecumênico, por representar uma "meditação poética sobre o poder de cura da arte e do diálogo", segundo um comunicado.
Na véspera, "A Fratura", protagonizada por um casal de mulheres, levou o Queer Palm, que todo ano premia um filme que aborde temáticas LGBTQIAP+.
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