O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennet, alertou a Unilever nesta terça-feira (20), proprietária da fabricante americana de sorvetes Ben & Jerry's, sobre as "graves consequências" de sua decisão de não comercializar seus produtos nos territórios palestinos ocupados.
"Do ponto de vista do Estado de Israel, esta ação terá graves consequências, inclusive legais", declarou Bennet, conforme comunicado divulgado por seu gabinete.
O primeiro-ministro conversou por telefone com o CEO da Unilever, Alan Jope, e disse considerar esta decisão "de boicotar Israel como uma ação claramente anti-Israel".
Em um comunicado divulgado ontem (19), a filial da Unilever afirmou: "Acreditamos que não é compatível com nossos valores que o sorvete Ben & Jerry's seja vendido nos territórios palestinos ocupados".
Por esse motivo, anunciaram a decisão de não renovar o contrato de licença com as empresas que fabricam e distribuem seus sorvetes em Israel e nos territórios palestinos ocupados. O contrato expira no final de 2022.
Ainda assim, a empresa informou que "ficará em Israel", mesmo que seus produtos não sejam mais vendidos nos territórios ocupados.
Em um vídeo, o ministro israelense das Relações Exteriores, Yair Lapid, afirmou que esta decisão "é uma capitulação vergonhosa ao antissemitismo, ao movimento BDS (sigla em inglês para 'Boicote aos Produtos Israelenses'), a tudo que é ruim no discurso anti-israelense e antijudeu".
Fundada em 1978, Ben & Jerry's é conhecida por seu compromisso com ideias progressistas, como a proteção do meio ambiente, o respeito dos direitos humanos e o combate à desigualdade.