O conselho de ministros aprovou uma ajuda federal imediata de 200 milhões de euros (235 milhões de dólares) enquanto as regiões, que são competentes em proteção civil, entregarão a mesma quantidade, anunciou o ministro das Finanças, Olaf Scholz.
"Faremos de tudo para que a vida retome seu caminho", afirmou o ministro social-democrata enquanto reiterava a promessa de Angela Merkel de entregar as ajudas "rápido e sem burocracia".
O motivo é querer resolver os problemas mais urgentes, como garantir o seguro de prédios e infraestruturas danificadas nas regiões mais afetadas pelas inundações, assim como ajudar aqueles que perderam tudo ou vivem em condições precárias, sem água potável ou energia elétrica.
"Se for necessário mais, nós daremos mais", prometeu o ministro.
A federação alemã de empresas de seguros (GDV) antecipou nesta quarta-feira que as inundações vão custar até 5 bilhões de euros (5,9 bilhões de dólares) em indenizações.
"Prevemos atualmente perdas seguradas entre 4 bilhões e 5 bilhões de euros", declarou o diretor-geral das empresas do setor, Jorg Asmussen, em nota.
Essas enchentes de 14 e 15 de julho, a maior catástrofe natural do país nas últimas décadas, deixaram 172 mortos, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira.
Na Bélgica, 31 pessoas perderam a vida, o que eleva o número de óbitos pelas fortes chuvas na Europa para 201 vítimas.
- Bilhões para a reconstrução -
O montante aprovado hoje é uma primeira pedra, Berlim também consida solicitar os fundos europeus de solidariedade, que dão apoio financeiro aos Estados-membros da União Europeia em caso de catástrofe natural.
Esta primeira ajuda será complementada por "um programa de reconstrução de bilhões de euros", declarou o ministro das Finanças, em uma entrevista ao jornal Rheinische Post, embora tenha julgado que ainda é cedo para avaliar as necessidades.
A região belga de Valônia gastará 2 bilhões de euros na reconstrução pelas enchentes.
O custo atual poderia ser muito maior, reconheceu Scholz, que insistiu que no caráter inédito das enchentes. "Lembro a vocês que o número de mortes registrado até agora é realmente dramático", acrescentou.
Um número que pode aumentar, de acordo com a vice-presidente da Agência Federal Alemã para Emergências Técnicas (THW), Sabine Lackner, devido aos vários desaparecidos.
"Infelizmente, é pouco provável que possamos encontrar sobreviventes", acrescentou.
Durante sua visita de terça-feira à cidade medieval de Bad Munstereifel (Renânia do Norte-Vestfália), devastada pelas chuvas torrenciais, Angela Merkel afirmou que a reconstrução das cidades e infraestruturas danificadas será "um trabalho a longo prazo", admitiu a chanceler.
"Não esqueceremos de vocês", prometeu ela aos moradores de Bad Munstereifel.
O candidato conservador à chancelaria alemã, Armin Laschet, falou em "meses, até anos" até que se consiga apagar as sequelas dessa tragédia.
BERLIM