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Estado de Minas WASHINGTON

México diverge dos EUA sobre normas para comércio de veículos no TMEC


23/07/2021 18:18

O México diverge dos Estados Unidos sobre as regras de origem aplicáveis aos veículos para que possam ter um tratamento alfandegário preferencial sob o novo tratado de livre comércio americano, TMEC, disse nesta sexta-feira (23) uma alta funcionária mexicana em Washington.

A secretária de Economia do México, Tatiana Clouthier, destacou que o governo de Joe Biden retomou a interpretação de Bob Lighthizer, que era o representante comercial durante o governo de Donald Trump, sob o qual foi negociado o Tratado México-Estados Unidos-Canadá.

O governo de Andrés Manuel López Obrador não acredita que isso respeite o acertado no pacto.

"Acreditamos que as regras de origem não foram interpretadas da forma como foi pactuado no momento em que assinamos o acordo", destacou Clouthier durante coletiva de imprensa.

Clouthier, que se reuniu esta semana em Washington com sua colega da integração regional, a representante comercial Katherine Tai, disse que o México pediu "que se faça uma revisão deste tema".

"Precisamos de mais diálogo para entender quais problemas podem acontecer se a interpretação continuar sendo a tomada pela administração anterior. E é aí que estamos neste momento", afirmou.

A indústria automotiva é o pilar do setor manufatureiro mexicano e é orientada a satisfazer sobretudo a demanda dos Estados Unidos.

"Não cumprir as regras do TMEC pode potencialmente interromper as operações da indústria automotiva da América do Norte e resultará em cargas desnecessárias para a indústria automotiva norte-americana e numa menor competitividade", advertiu a secretária de Economia mexicana.

"Isso também terá o efeito não intencional de desviar recursos de investimento limitados de áreas cruciais, como pesquisa e desenvolvimento, para veículos elétricos e veículos autônomos na região da América do Norte", acrescentou.

O TMEC, em vigor desde 1º de julho de 2020, atualizou o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) de 1994, estabelecendo, entre outras mudanças, regras de origem mais estritas para que os veículos sejam elegíveis para tarifas alfandegárias preferenciais.

O novo acordo exige 75% de conteúdo norte-americano para certos veículos (contra 62,5% no Nafta). Além disso, estabelece um valor de conteúdo trabalhista, pelo qual de 40% a 45% devem ser fabricados por operários que ganhem pelo menos 16 dólares a hora. Por outro lado, 70% do aço e do alumínio de um veículo devem ser norte-americanos.

O TMEC prevê a implementação gradual destas mudanças.


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