O incêndio florestal denominado "Dixie Fire", desatado na Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, que já consumiu uma superfície equivalente à de Chicago, é tão grande que agora gera seu próprio clima e torna mais difícil a tarefa dos milhares de bombeiros que tentam combatê-lo.
E as autoridades alertaram que as condições poderiam piorar ao longo desta segunda-feira (26).
As labaredas do "Dixie Fire" são tão grandes que geram nuvens capazes de provocar relâmpagos e ventos fortes, que por sua vez podem atiçar o fogo, dizem especialistas.
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Casa Branca reitera 'preocupações' sobre China, como Hong Kong e direitos humanosEUA mantém restrições a viagens internacionais por variante Delta do coronavírusNY obrigará funcionários públicos a se vacinarem ou testarem semanalmenteCerca de 5.400 bombeiros se mobilizaram no norte da Califórnia para sufocar o incêndio, que só faz crescer desde meados de julho, atiçado pelo forte calor, uma seca alarmante e ventos contínuos.
Para ajudar nos trabalhos de resgate, socorristas chegaram de vários locais, entre eles a Flórida (sudeste).
- Mudanças climáticas -
Uma investigação preliminar determinou o gigantesco incêndio foi provocado pela queda de um cabo de energia sobre uma árvore.
A linha elétrica era propriedade da Pacific Gas & Company (PG&E), operadora privada à qual no ano passado atribuiu-se a responsabilidade por um incêndio que praticamente apagou do mapa a localidade de Paradise, também no norte da Califórnia, e matou 86 pessoas.
O "Dixie Fire", com cerca de 132 km de diâmetro, queimou até agora cerca de 80.000 hectares, principalmente em áreas isoladas, o que explica porque apenas dezenas de casas e outras edificações foram destruídas.
Os incêndios florestais são comuns na Califórnia e os moradores se perguntam o que falta queimar. Mas este verão tem sido particularmente intenso devido, segundo especialistas, às mudanças climáticas.
Os incêndios registrados na Califórnia no estado vizinho do Oregon começaram incomumente cedo na temporada de incêndios, impulsionados por uma seca de vários anos, fortes vendos e um início de verão abrasador, que os especialistas atribuem ao aquecimento global.
A série atual de ocorrências já consumiu três vezes mais vegetação do que a mesma época de 2020, que por sua vez foi marcado como o pior ano em incêndios desde que se tem registro.
- Muito doloroso -
Avançando por locais extremamente acidentados, os bombeiros às vezes são apoiados por um trem, do qual conseguem molhar abundantemente áreas que de outra forma seriam inacessíveis.
Mas nas atuais condições climáticas, "as brasas podem voar facilmente a mais de um quilômetro do fogo", explica à AFP Rick Carhart, porta-voz dos bombeiros.
Por isso, locais que acolhem evacuados, como o povoado de Quincy, estão ameaçados.
"É muito doloroso vê-lo avançar sem trégua e se aproximar das nossas terras", diz à AFP Peggy Moak, moradora de um povoado vizinho.
As marcas da seca que alimenta o fogo estão por toda parte: um campo de golfe com o gramado amarelado e um barco que tenta navegar em um lago que é a sombra do que foi um dia.
Carhart disse a veículos de comunicação que algumas vezes os bombeiros enfrentam dificuldades, ao ser obrigados a caminhar com ferramentas e equipamentos pelo terreno acidentado.
"Estão queimando cânions extremamente escarpados, alguns lugares onde é quase impossível aos seres humanos pôr um pé no solo para ter acesso", disse a uma filial local da emissora CBS. "Vai ser um longo caminho", antecipou.
PG&E