"O Conselho Permanente da OEA adiou a sessão virtual extraordinária prevista para hoje para abordar a situação em Cuba", disse o bloco regional em um comunicado, que não estabeleceu uma data para a nova reunião.
O chanceler cubano Bruno Rodríguez celebrou a "derrotada manobra anti-cubana na OEA" em um tuíte.
"A rejeição da maioria dos Estados-membros obrigou a suspensão do Conselho Permanente. A Presidência do Conselho pro tempore admitiu derrota com uma carta patética que ofende Cuba", comentou Rodríguez. Ele agradeceu "aos países que defenderam a dignidade latino-americana e caribenha".
A reunião do órgão executivo da OEA, que reúne seus 34 membros ativos, foi convocada pela Presidência do Conselho Permanente, atualmente ocupada pelo Uruguai.
A ordem do dia incluía apresentações da presidente da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Antonia Urrejola, assim como do relator da CIDH para Cuba, Edgar Stuardo Ralón, e do relator especial da CIDH para a liberdade de expressão, Pedro Vaca.
A CIDH, um órgão da OEA, condenou em um comunicado de 15 de julho "a repressão estatal e o uso da força" durante os protestos de 11 e 12 de julho em cerca de 40 cidades da ilha caribenha, as quais considerou "pacíficas".
"Teria sido um ato de irresponsabilidade da Presidência ignorar as rejeições", disse o embaixador uruguaio na OEA, Washington Abdala, ao informar sobre o adiamento da reunião.
"O que Cuba está vivendo não pede procrastinações", disse em uma carta. "O tempo corre contra os direitos e a vida de muitas pessoas".
Abdala explicou que, devido às "propostas" de alguns países em relação à reunião, solicitou um relatório jurídico sobre a situação de Cuba em relação à OEA, confiando em "poder concretizar essa sessão o mais breve possível".
Em diferentes cartas, os representantes de Belize, Trinidad e Tobago, Nicarágua e a Comunidade do Caribe (composta por Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Bahamas, Dominica, Grenada, Guiana, Haiti, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente e Granadinas, Suriname e Trinidad e Tobago) questionaram a falta de consultas prévias à convocação e afirmaram que a reunião seria "inútil" dada a situação de Cuba em relação à OEA.
A OEA excluiu Cuba do sistema interamericano em 1962 pela sua adesão ao bloco comunista soviético e seu confronto com Washington após a revolução liderada por Fidel Castro em 1959. Essa decisão foi anulada em 2009, mas Cuba não pediu sua reincorporação. A OEA considera Cuba um membro inativo.
Abdala destacou que a CIDH elabora frequentemente relatórios sobre Cuba e destacou que "a prática de rejeitar 'relatórios in voce' não deveria ocorrer nesta organização".
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