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Estado de Minas KANDAHAR

Talibãs atacam aeroporto de Kandahar, 2ª maior cidade do Afeganistão


01/08/2021 14:25 - atualizado 01/08/2021 14:26

Dois foguetes atingiram a pista do aeroporto de Kandahar na madrugada deste domingo (1º), provocando a interrupção de todos os voos de e para esta grande cidade do sul do Afeganistão, enquanto a luta entre o exército e os talibãs se intensifica em outras capitais de província.

Os insurgentes também se aproximaram dos limites de Herat, grande cidade do oeste que é palco de combates pelo quarto dia consecutivo, e entraram em Lashkar Gah, capital da província de Helmand, vizinha de Kandahar.

As forças afegãs responderam enviando centenas de soldados especiais para Herat e as autoridades locais pediram reforços em Lashkar Gah.

"Em torno de 1h da madrugada, três foguetes foram lançados contra o aeroporto, e dois danificaram a pista", disse o diretor do aeroporto, Masud Pashtun, à AFP.

"Por isso, todos os voos de e com destino ao aeroporto foram cancelados", acrescentou Pashtun, informando que uma equipe trabalha para reparar a pista.

O complexo aeroportuário de Kandahar e sua única pista de aterrissagem abrigam uma base aérea militar essencial para o abastecimento das tropas afegãs, que lutam há semanas com os insurgentes nos arredores desta cidade de 650.000 habitantes.

Em Herat, as milícias antitalibãs de Ismail Khan, um poderoso senhor da guerra local, tentam conter o avanço dos insurgentes 7 km ao oeste da cidade, conforme correspondente da AFP.

No sul desta cidade, os talibãs tomaram a ponte Pul Malan e disputam com as forças afegãs a ponte de Pastun Pol, situada na estrada que leva ao aeroporto de Herat.

Durante os combates de sexta-feira em Herat, o escritório da missão da ONU no Afeganistão (UNAMA) foi atacado por foguetes e armas de fogo. A organização pediu que os talibãs investiguem os acontecimentos.

- Combate "rua a rua" -

Desde maio, aproveitando-se da quase concluída retirada das forças estrangeiras do país, os talibãs deflagraram uma ofensiva, por meio da qual assumiram o controle de grandes territórios rurais.

As forças governamentais oferecem pouca resistência e mal conseguem controlar os grandes eixos de comunicação e as capitais provinciais. Algumas delas estão sob cerco dos insurgentes.

Nas últimas semanas, os talibãs chegaram aos arredores de Kandahar, berço do movimento islâmico e segunda cidade mais populosa do país, depois de Cabul. Milhares de moradores fugiram para áreas vizinhas.

Os talibãs fizeram desta cidade o epicentro de seu regime, quando governaram o Afeganistão (1996-2001), um período no qual impuseram uma leitura ultraconservadora da lei islâmica.

Em Lashkar Gah, "há combates dentro da cidade. Pedimos o envio de forças especiais", disse Ataullah Afghan, chefe do conselho regional de Helmand, à AFP.

"Todos os cantos da cidade foram bombardeados", disse Badshah Khan, um morador desta cidade de 200 mil habitantes, que explicou que os dois lados disputam "rua a rua".

"Você pode ver os corpos mortos na rua. Há vários deles na praça principal", acrescentou Khan. Segundo ele, os talibãs cercaram o escritório central da polícia e a administração do governo regional.

Na tarde de sábado, a ONG italiana Emergency informou que seu hospital nesta cidade estava lotado devido aos combates.

- Kandahar e Herat, cidades cruciais

Uma hipotética queda de Kandahar, ou de Herat, terceira maior cidade afegã com 600.000 habitantes, seria um desastre para as autoridades afegãs e para o ânimo de suas tropas. Também aumentaria as dúvidas sobre a capacidade de Cabul de deter seus inimigos.

Os talibãs conquistaram vários distritos da província de Herat, assim como duas passagens de fronteira na região: a de Islam Qala, principal posto com o Irã, e a de Torghundi, com o Turcomenistão.

Repelidos uma primeira vez no sábado, em Lashkar Gah, os talibãs voltaram à carga hoje e conseguiram entrar nesta cidade de 200.000 habitantes.

"A ameaça é alta nessas três províncias, mas estamos determinados a impedir esses ataques", disse o porta-voz das forças de segurança afegãs, Omar Shinwari, a repórteres.


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