Esses movimentos de ambos os países no momento em que a variante Delta do vírus, altamente contagiosa, se alastra pelo mundo e afeta não somente a mobilidade, mas também a temporada de turismo do verão boreal.
Os Estados Unidos querem uma reabertura para estrangeiros "de uma forma segura e sustentável", declarou um funcionário da Casa Branca, sem especificar datas.
A abertura seria em fases e, com limitadas exceções, para todos os estrangeiros "totalmente vacinados", afirmou.
A China, que antes se gabava de ter controlado a covid-19, após o vírus ser descoberto em seu território em dezembro de 2019, realizou testes em massa em sua população para detectar novas contaminações da variante Delta.
Os dados oficiais desta quarta-feira revelaram 71 casos, maior número desde janeiro.
As autoridades chinesas anunciaram que deixarão de entregar passaportes e outros documentos requeridos para viagens "não essenciais e não emergenciais". No entanto, se absteve de proibir as viagens ao exterior.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) sustentou que uma moratória dos reforços pelo menos até o fim de setembro ajudaria a resolver a enorme desigualdade na distribuição das doses do imunizante entre países ricos e pobres e ajudar a combater a pandemia que já matou 4,2 milhões de pessoas no mundo.
"Não podemos aceitar que países que já usaram a maior parte do abastecimento mundial de vacinas usem ainda mais, enquanto as pessoas mais vulneráveis do mundo continuam sem proteção", disse o chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Mas Washington rejeitou a ideia.
"Sentimos que é uma escolha falsa e que podemos fazer as duas coisas", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Ela acrescentou que os Estados Unidos doaram mais doses do que nenhum outro país.
A OMS considera que a moratória permitiria alcançar uma vacinação de 10% da população mundial até o fim de setembro.
Ao menos 4,27 bilhões de doses foram aplicadas em todo o mundo até agora, segundo uma contagem da AFP.
Em países considerados de alta renda pelo Banco Mundial, 101 doses foram aplicadas a cada 100 pessoas. Mas nos 20 países de renda mais baixa, a quantidade caiu para 1,7 por 100 pessoas.
Israel, um país com alta taxa de vacinação, começou a aplicar na semana passada uma terceira dose aos maiores de 60 anos e a Alemanha anunciou que fará o mesmo a partir de setembro.
No entanto, a chefe de vacinas da OMS, Kate O'Brien, disse não haver provas convincentes da necessidade da terceira dose.
- Primeiro foco nos Jogos Olímpicos-
Enquanto isso, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foram registrados cinco casos de coronavírus na equipe grega de nado sincronizado, o que forçou o isolamento das doze pessoas do grupo.
A equipe teve que desistir de participar do restante dos Jogos e os sete membros que, por enquanto, testaram negativo, concordaram em se mudar para uma instalação criada para "casos de contato", disse o porta-voz do Tokyo 2020, Masa Takaya, que ressaltou que este é o primeiro "foco" descoberto nos Jogos.
Até agora, a Tokyo 2020 detectou 322 casos de coronavírus, incluindo atletas, oficiais e profissionais de comunicação. A maioria dos casos foi registrada em residentes do Japão que trabalham nos Jogos.
- Coronavac produzida no Chile -
Na América Latina, vários países que optaram pela vacina anticovid desenvolvida na Rússia, Sputnik V, reclamaram recentemente de atrasos na entrega da segunda dose.
Mas nesta quarta-feira, o Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que financiou o desenvolvimento do imunizante, garantiu que esses atrasos serão "solucionados" em agosto "graças ao aumento significativo da capacidade de produção de vacinas".
Uma agravante destes atrasos é que a Sputnik V, ao contrário de outras vacinas, é composta por duas doses diferentes que não podem ser trocadas, de modo que a população que espera pela segunda dose está parcialmente imunizada.
A Guatemala, por exemplo, cancelou a compra de 8 milhões de doses da vacina russa que sofreram atrasos na entrega, e a Argentina ameaçou quebrar o contrato, mas nesta quarta disse que vai combinar a Sputnik com doses da AstraZeneca e da Moderna.
"Estamos em condições de avançar para intercambiar diferentes vacinas, a começar pela Sputnik V. com a Moderna e a AstraZeneca. É das que temos informação de segurança e imunogenicidade", afirmou a ministra da Saúde, Carla Vizzotti. Também será possível combinar a AstraZeneca com a Moderna.
Enquanto isso, o Chile anunciou nesta quarta a instalação de duas fábricas para vacinas do laboratório chinês Sinovac, que produz a Coronavac, aplicada em grande parte da população chilena.
"O Sinovac vem ao Chile para que o centro nevrálgico, para que o principal centro de produção de vacinas para a América Latina fique em nosso país", destacou o reitor da Universidade Católica, Ignacio Sánchez, cujo centro de estudos fez uma aliança com o laboratório chinês.
Em Cuba, a situação "continua sendo preocupante", advertiu na quarta-feira a Organização Pan-americana da Saúde (Opas) e se torna mais complexa pelas "longas filas para obter alimentos" e o esgotamento da paciência das pessoas para respeitar as restrições.
Segundo o último boletim da Opas, de 18 a 24 de julho, foram reportados em Cuba 51.081 casos de covid-19 (+21,1% em relação à semana anterior) e 446 mortos (+78); enquanto que de 25 a 31 de julho houve 61.375 contágios (+16,8%) e 494 falecidos (+48).
Cuba começou a vacinar sua população em meados de maio com candidatas a vacinas anticovid desenvolvidas na ilha.
Até 31 de julho, mais de 4 milhões de pessoas na ilha tinham recebido ao menos uma dose de algumas destas candidatas ou da vacina Abdala, aprovada pelas autoridades cubanas. Isto representa 35,7% da população.
GENEBRA