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Estado de Minas ADIS ABEBA

Cidade etíope de Lalibela, Patrimônio da Humanidade, cai nas mãos dos rebeldes do Tigré


06/08/2021 14:22

Os rebeldes da região etíope em guerra do Tigré tomaram, nesta quinta-feira (5), o controle de Lalibela (nordeste), cidade famosa por suas igrejas esculpidas na rocha do século XII e incluída pela Unesco na lista de Patrimônio da Humanidade.

As forças do Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF) realizam ofensivas nas regiões de Afar e Amhara, onde se encontra Lalibela, o que representa um novo episódio no conflito que já dura nove meses.

A seguir, algumas informações essenciais sobre este lugar histórico, cujo destino e proteção estão em risco:

- Esculpida na rocha -

As igrejas de Lalibela, declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1978, são únicas.

Esculpidas na rocha, estão situadas abaixo do nível do solo, cercadas por profundos fossos secos.

Apenas o teto é visível da superfície. Os pátios que circundam esses extraordinários lugares de culto são acessíveis apenas por escadas e túneis.

Formadas por um único bloco, são repletas de ornamentos e janelas esculpidas em forma de cruz.

- Construídas por anjos -

Lalibela leva o nome do rei Gebre Mesqel Lalibela, cuja lenda conta que construiu onze igrejas com a ajuda de anjos, depois que Deus ordenou que construísse uma "Nova Jerusalém".

Localizada a 680 km de Adis Abeba, Lalibela é um destino popular entre os turistas estrangeiros e os ortodoxos etíopes.

A religião ortodoxa é a mais praticada no país.

- Ameaçadas -

Muito antes do início da guerra no Tigré e do conflito se espalhar para Amhara, as igrejas já estavam ameaçadas.

Sua composição rochosa as torna vulneráveis à erosão devido às chuvas torrenciais durante a estação chuvosa.

Em 2008, foram construídos grandes "guarda-chuvas" sustentados por largos pilares de metal, para protegê-las.

No entanto, os habitantes ficaram irritados por considerá-los feios e acreditarem que correm o risco de desabar pelos ventos fortes, tornando-se o símbolo da negligência do local.

Em 2019, o presidente francês Emmanuel Macron prometeu, em uma visita a Lalibela, financiar e acompanhar a restauração das igrejas. O projeto incluirá a substituição desses "guarda-chuvas" e seus pilares.

- Cruz roubada -

Há mais de vinte anos, Lalibela foi a origem de uma perseguição implacável quando uma cruz de latão, datada do século XI, foi roubada em Bete Medhanealem, um dos templos.

Depois de dois anos de investigação e da indignação dos etíopes, o objeto foi encontrado em 1999.

Um colecionador belga a comprou de boa fé por 25.000 dólares de um comerciante de Adis Abeba.

Após o retorno da cruz sagrada à Etiópia, milhares de diáconos, peregrinos, aldeões e funcionários compareceram a uma cerimônia organizada em Lalibela.


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