"Não viemos pedir nenhum presente nem viemos pedir esmola. O que estamos pedindo já ganhamos com nosso esforço, sacrifício, luta, vigílio, cansaço, fadiga e fome", disse Otoniel Alvarado, um dos militares que bloquearam a passagem na aldeia indígena de Salcajá, no oeste do país.
Os militares aposentados pressionam o Congresso pela aprovação de uma iniciativa de lei que autorize a indenização de cerca de 15.000 dólares para cada soldado, apresentada em 2019 pelo deputado Felipe Alejos, um congressista incluído pelos Estados Unidos em julho passado em uma lista de "corruptos".
Além das estradas bloqueadas, outro grupo protestou no centro da Cidade da Guatemala (capital).
"Os veteranos a nível nacional estão cansados e desesperados por tanto engano", declarou à rádio La Red Antonio Pérez, outro dos representantes dos militares aposentados.
Na Guatemala existe uma lei de indenização para vítimas da guerra civil, viúvas e órfãos, mas a legislação não inclui os membros das forças armadas.
O conflito armado guatemalteco, que durou 36 anos, deixou 200.000 mortos ou desaparecidos, segundo um relatório da ONU apresentado em 1999. A maioria das violações aos direitos humanos e massacres da população civil foi atribuída às forças de segurança do Estado, principalemente do Exército.
CIDADE DA GUATEMALA