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Estado de Minas EDIPSOS

Fogo diminui na ilha grega de Eubeia, mas preocupa no Peloponeso


11/08/2021 15:33 - atualizado 11/08/2021 15:38

Cerca de 900 bombeiros gregos e estrangeiros "assumem lentamente o controle" do incêndio na ilha grega de Eubeia, que está em chamas há nove dias, e redobram os esforços para enfrentar um foco preocupante na península do Peloponeso.

"Acho que podemos dizer" que estamos "assumindo lentamente o controle da frente dos incêndios" em Eubeia, declarou nesta quarta-feira (11) Yiannis Kontzias, prefeito de Istiea, uma cidade de 7 mil habitantes no norte da ilha, à televisão ERT.

"Ontem vimos a luz do sol pela primeira vez em dias", acrescentou ele, referindo-se às enormes nuvens de fumaça que cobrem esta ilha montanhosa e arborizada, localizada a 200 km de Atenas.

Em contrapartida, a situação é mais preocupante em uma parte da península do Peloponeso, rica em densas florestas e ravinas profundas.

Bombeiros e autoridades esperam que as chuvas anunciadas para a noite amenizem a situação.

Segundo Christos Lambropoulos, vice-governador da região de Arcádia, no Peloponeso, as equipes de resgate estão concentrando os esforços para evitar que o fogo atinja o Monte Ménalo, coroado por uma densa floresta.

- Povoados evacuados -

Na região de Gortynia, vários vilarejos foram evacuados diante do avanço das chamas.

Na região como um todo, cerca de 580 bombeiros, incluindo 100 franceses e 50 alemães, lutam dia e noite, equipados com 181 veículos.

Dada a magnitude da catástrofe, iniciada em 27 de julho, muitos países, principalmente da União Europeia, enviaram mais de 1.200 reforços, veículos e materiais para a Grécia.

Três pessoas morreram nestes incêndios que já devastaram mais de 93.600 hectares, segundo o Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS).

Entre quinta e sexta-feira, superou a marca simbólica de 100.000 hectares quando queimou apenas 2.330 hectares na média de 2008 a 2020.

Em apenas oito dias, foram registrados 586 incêndios florestais na Grécia, causados pela pior onda de calor em três décadas, segundo o vice-ministro da Proteção Civil, Nikos Hardalias.

Símbolo da tragédia: uma oliveira de 2.500 anos foi carbonizada em Eubeia, segundo o jornal Kathimerini.

Nesta imensa ilha ao leste de Atenas, "o ecossistema em sua integridade ficou destruído", afirmou um responsável da Cruz Vermelha, Dimitris Haliotis.

- Indignação -

"Quando chegamos (...) tivemos a impressão de que a Grécia inteira estava em chamas", disse Nicolas Faure, um bombeiro francês enviado como reforço.

O coronel Frédéric Gosse, também destacado, lamentou que um "maldito coquetel" tenha causado tantos incêndios: "temperaturas bem acima de 40ºC, vários meses sem chuvas e ventos violentos".

Os especialistas vinculam, de forma inequívoca, a onda de calor às mudanças climáticas. Um relatório preliminar da ONU, ao qual a AFP teve acesso, descreve a região do Mediterrâneo como um "ponto quente para as mudanças climáticas".

Diante dessa "catástrofe natural de proporções sem precedentes", o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, anunciou um auxílio de 500 milhões de euros (US$ 585 milhões).

Isso não evitou que a raiva se apoderasse das autoridades políticas locais e dos habitantes, que se sentem abandonados à própria sorte.

Cada vez mais vozes exigem a renúncia dos funcionários de alto escalão responsáveis pelos serviços de resgate que, em junho, garantiram que o país estava preparado para enfrentar o flagelo dos incêndios.

Kyriakos Mitsotakis até pediu desculpas aos gregos pelos "possíveis erros" cometidos pelas autoridades, enquanto a população se mobilizava para angariar roupas e alimentos para as vítimas.

Além da destruição de centenas de casas e hectares de floresta, a economia da ilha de Eubeia também foi duramente atingida.

"Perdemos o mês de agosto, que teria dado segurança econômica às pessoas para o próximo ano. (...) O turismo local foi destruído", lamentou o prefeito de Istiea, Yiannis Kontzias.

A federação lamentou uma queda de 90% das reservas na turística cidade de Edepso, geralmente lotada nessas datas.

"É uma perda colossal", disse seu governador Theodoros Roumeliotis à AFP.

Derrotados e impotentes, os habitantes constatam a magnitude dos danos.

"Senti a ameaça, corri para me salvar", contou Rita, de 65 anos, com o carro cheio de malas.

Sua casa, na aldeia de Kastri, foi parcialmente incendiada. "Minha vida estava aqui. Não tenho mais lágrimas", desabafou a aposentada.


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