Jornal Estado de Minas

WASHINGTON

Ordem de prisão para deputados democratas no Texas que bloqueiam polêmica lei eleitoral

Mais de 50 deputados democratas do Texas enfrentam nesta quarta-feira (11) ordens de prisão assinadas pelo líder republicano da câmara baixa do estado por terem fugido para evitar a aprovação de um projeto de lei acusado de restringir o acesso às urnas.



As 52 ordens de prisão assinadas pelo presidente da Câmara dos Representantes do Texas, Dade Phelan, foram entregues ao chefe de segurança da câmara hoje de manhã, informou o jornal local Dallas Morning News.

A maioria republicana votou hoje à tarde para autorizar as prisões. A moção para obrigar os legisladores democratas a retornarem foi aprovada por 80 votos a favor e 12 contra.

Dezenas de democratas fugiram em julho do Texas para Washington para evitarem uma sessão especial destinada a aprovar uma polêmica lei eleitoral.

A lei do Texas permite deter os legisladores que se ausentem durante as votações e obrigá-los a voltar para a câmara.

A sessão extraordinária foi convocada porque os mesmos deputados democratas abandonaram a câmara em maio durante uma votação sobre a lei eleitoral, que o presidente americano Joe Biden denunciou como um "ataque à democracia".

Sua ausência impediu o número necessário de representantes eleitos (quorum) para poder votar. Ao menos 20 legisladores democratas continuam em Washington, segundo o Morning News.



"É nosso direito como legisladores romper o quorum para proteger nossos eleitores", disse o líder demócrata da Câmara dos Representantes, Chris Turner, em um tuíte de sua bancada.

"Vamos lutar ao máximo contra os ataques republicanos ao nosso direito ao voto", prometeu.

O projeto de lei republicano pretende oficialmente fazer com que as eleições sejam mais seguras, ao proibir o voto em automóvel ("drive-in") ou introduzir diversas restrições aos horários de voto e o voto por correio.

Essas restrições se dirigem principalmente às disposições que facilitam o voto das minorias, especialmente dos negros, que costumam apoiar mais os democratas.

Desde a derrota de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2020, os projetos de lei que restringem o acesso ao voto proliferaram nos estados por iniciativa dos republicanos.

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