Um terremoto de magnitude 7,2 atingiu o sul do Haiti neste sábado (14/8), segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).
De acordo com a agência americana, o epicentro do tremor estava localizado a cerca de 12 quilômetros a nordeste da cidade de Saint-Louis-du-Sud.
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As autoridades locais relataram danos estruturais na cidade de Jérémie e na capital, Porto Príncipe.
O terremoto deixou pelo menos 304 mortos e diversas pessoas feridas.
A tragédia atinge o país 11 anos depois do devastador terremoto de 2010, que deixou 200 mil mortos - e do qual o Haiti ainda não recuperou totalmente.
O primeiro-ministro do país, Ariel Henry, destacou que a situação do Haiti é "dramática" e acrescentou que o terremoto causou "várias perdas de vidas humanas e materiais" em várias partes do país.
Em sua conta no Twitter, o premiê pediu "espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos" para enfrentar "esta dramática situação que vivemos" devido ao tremor.
Henry anunciou que mobilizou "toda a equipe do governo para adotar com urgência todas as medidas necessárias" e para avaliar "a situação como um todo".
Segundo a agência de notícias AFP, nas redes sociais as pessoas passaram a compartilhar imagens de prédios atingidos pelo terremoto na região norte do país.
"Muitas casas estão destruídas, pessoas mortas e algumas no hospital", disse Christella Saint Hilaire, que mora perto do epicentro.
Alerta de tsunami
Já a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) emitiu um alerta de tsunami em algumas costas do Haiti neste sábado devido ao forte terremoto.
"Ondas de tsunami que podem chegar a um ou três metros acima do nível do mar são possíveis em algumas costas do Haiti", informou a NOAA, sem especificar em quais áreas o fenômeno poderia acontecer.
Onze anos atrás, o Haiti foi atingido por um forte terremoto que deixou mais de 200 mil mortos e 300 mil feridos.
De 2004 a 2017, militares brasileiros estiveram no país, numa missão de paz da ONU liderada pelo Brasil (Minustah). O objetivo era restaurar a ordem no Haiti, após um período de insurgência e a deposição do então presidente Jean-Bertrand Aristide.
Afundado em crises
O tremor deste sábado ocorre com o país afundado em crises políticas, humanitárias e de segurança.
Também acontece um mês após o assassinato do presidente Jovenel Moïse, enquanto partes do Haiti sofrem com a fome e os serviços de saúde estão entrando em colapso devido à pandemia de covid-19.
"Este país nunca tem descanso! Cada ano de má gestão não doeu, mas os efeitos cumulativos nos tornaram vulneráveis a tudo", disse o empresário haitiano Marc Alain Boucicault no Twitter.
"Vai levar anos para consertar as coisas e ainda nem começamos!"
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