Jornal Estado de Minas

ABIDJAN

Primeiro caso de ebola é confirmado na Costa do Marfim

Um caso de ebola foi detectado na Costa do Marfim, o primeiro recente neste país vizinho da Guiné, gravemente afetada de 2013 a 2016 pela doença e onde o vírus ressurgiu em 2021, anunciou neste sábado (14) o ministro da saúde marfinense.



As autoridades sanitárias da Costa do Marfim "foram informadas neste sábado pelo Instituto Pasteur de um caso de doença causada pelo vírus ebola após amostras colhidas" na sexta-feira "em uma jovem de 18 anos de nacionalidade guineense", informou à televisão nacional RTI o ministro Pierre N'Gou Demba.

Ele especificou que a jovem deixou por terra a cidade de Labe, na Guiné, e chegou à Costa do Marfim na quarta-feira.

"É um caso isolado e importado" e a paciente está em terapia intensiva em Abidjan, acrescentou.

A Costa do Marfim já tem a vacina contra o ebola, que foi aplicada a qualquer pessoa que tenha estado em contato com a jovem, como o pessoal médico que a trata.

O primeiro-ministro Patrick Achiliderou uma reunião ministerial de emergência sobre o caso neste sábado, acrescentou N'Gou Demba.

O ministro pediu calma e disse que as autoridades acionaram um plano de emergência que inclui a identificação e vigilância de quem já teve contato com a paciente.



Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), este é o primeiro caso de ebola na Costa do Marfim desde 1994.

Em 19 de junho, a OMS declarou o fim de um surto de ebola de quatro meses na Guiné, que ceifou a vida de 12 pessoas.

Um comunicado da OMS na África informou neste sábado que "não há indicação de que o caso atual na Costa do Marfim esteja relacionado ao surto anterior na Guiné".

A entidade indicou que seriam feitas investigações para determinar a cepa do vírus e se há uma conexão com o surto na Guiné.

"É muito preocupante que este surto seja declarado em Abidjan, uma metrópole com mais de 4 milhões de pessoas", declarou Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África, em comunicado.

O ebola causa febre forte e, nos casos mais graves, sangramento incontrolável. É transmitido pelo contato com fluidos corporais e as pessoas que convivem com pessoas infectadas ou cuidam de pacientes são as mais expostas ao contágio.

Surtos periódicos de Ebola ao longo de quatro décadas mataram cerca de 15.000 pessoas na África, de acordo com números oficiais.

audima