Cerca de 900 bombeiros e aviões foram mobilizados para lutar contra as chamas em condições difíceis, com temperaturas elevadas e fortes ventos.
Na noite de hoje, o vento parecia se acalmar. "A situação não é mais tão alarmante quanto na noite anterior, mas ainda é preocupante", disse à AFP um porta-voz dos bombeiros, que destacou sua preocupação com alguns focos.
De acordo com a prefeitura do departamento de Var, 7 mil pessoas, entre moradores e turistas, foram retiradas de suas casas ou de acampamentos. "Não é possível que voltem neste momento."
Para abrigar os evacuados, foram ativados 15 centros de acolhimento em oito localidades do departamento, onde duas estradas permanecem fechadas. "Eles nos evacuaram em 30 minutos. Muito bem, sincronizado, tranquilos", disse à AFP Sylvie Defrancheschi, turista francesa levada com os dois filhos para Bormes-les-Mimosas.
Em visita à região do incêndio, o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que as próximas horas serão cruciais".
O sul da França é a região mais recente da bacia do Mediterrâneo afetada por incêndios florestais neste verão (hemisfério norte, inverno no Brasil), um fenômeno sazonal que, alertam os cientistas, será cada vez mais frequente pela mudança climática provocada pelos seres humanos. Grandes incêndios afetaram partes da Grécia, Turquia, Espanha, Portugal, Argélia e Marrocos nas últimas semanas.
O incêndio, na altura de Sigues, na autoestrada A57, quase 100 quilômetros a nordeste de Toulon, afetou 4 mil hectares de mata até o momento, segundo os bombeiros.
Durante a manhã, os bombeiros temiam que as chamas ganhassem força durante o dia, devido às temperaturas elevadas e ao vento. "As chamas estão se propagando a 4 km por hora, quando o habitual é 1 km por hora", relatou uma fonte do corpo de bombeiros na localidade de Le Luc.
"Metade da reserva natural da planície de Maures foi devastada. É uma catástrofe, porque é um dos últimos lugares onde vive a tartaruga de Hermann", disse à AFP a diretora adjunta da Agência Francesa da Biodiversidade, Concha Agero. Algumas tartarugas já foram encontradas carbonizadas.
Apesar do fogo, ainda foi possível ver turistas desfrutando o sol nas praias da Costa Azul, enquanto os aviões-tanque se aproximavam com frequência para abastecer no mar, antes de voltarem para as colinas em chamas.
O quente e árido sudeste francês costuma observar incêndios florestais no verão.
MARSELHA