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Estado de Minas UNIÃO SOVIÉTICA

Há 30 anos, um golpe de Estado frustrado provocava fim da União Soviética

Golpe fracassou devido à resistência dos moscovitas, liderados pelo presidente da Federação da Rússia, Boris Yeltsin


18/08/2021 08:30 - atualizado 18/08/2021 08:44

(foto: DIMA TANIN / AFP)
(foto: DIMA TANIN / AFP)
Em agosto de 1991, comunistas conservadores, contrários à reformas na União Soviética em crise, organizaram uma tentativa frustrada de golpe de Estado contra o presidente Mikhail Gorbachev, que estava de férias na Crimeia.

O golpe fracassou devido à resistência dos moscovitas, liderados pelo presidente da Federação da Rússia, Boris Yeltsin, e abriu o caminho para o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

Tanques entram em Moscou


Na segunda-feira 19 de agosto, às 6h20, a agência de oficial de notícias TASS anunciou que Gorbachev, "incapaz de assumir suas funções por motivos de saúde", havia sido substituído pelo vice-presidente Guennadi Yanayev.

Gorbachev, que liderou as políticas da Perestroika (reestruturação) e Glasnost (transparência), estava de férias na Crimeia, no Mar Negro.

Os golpistas formaram o chamado "Comitê para o Estado de Emergência", que assumiu todos os poderes, ao mesmo tempo que blindados e veículos de transportes de tropas seguiram para Moscou.

Yeltsin sobe em um tanque


Desde o primeiro momento, o presidente da Federação da Rússia assume a liderança da resistência.

Ao meio-dia, Yeltsin, entrincheirado na "Casa Branca", sede do Parlamento russo, cercada de tanques, denuncia um "golpe de Estado de direita, reacionário e inconstitucional".

Em desafio aberto aos golpistas, Yeltsin, que tinha grande popularidade, exige que Gorbachev "possa falar ao povo".

Os moscovitas comparecem à praça diante do Kremlin onde Yeltsin, parado em um tanque, faz um apelo emocionado à greve geral e à desobediência civil.

Yeltsin conquista apoios


Milhares de moscovitas criaram barricadas ao redor da Casa Branca e permaneceram reunidos no local, com o temor de um ataque militar.

Na manhã de 20 de agosto, as pessoas dentro do edifício - incluindo deputados, ministros, artistas, músicos, entre eles o violoncelista Mstislav Rostropovich - receberam coletes à prova de balas, capacetes e máscaras antigás.

Três unidades militares declararam apoio a Yeltsin e hastearam a bandeira da Federação da Rússia, que virou o símbolo da resistência.

Grupos de deputados percorreram os quartéis da região de Moscou para convencer os oficiais a aderir à causa de Yeltsin, cujo apelo conseguiu reunir mais de 50 mil pessoas diante do Parlamento russo.

Uma dia de loucura


Às duas da manhã, aclamado pela multidão, o ex-ministro das Relações Exteriores Eduard Shevarnadze se une a Yeltsin.

Ao contrário do que muitos temiam, as tropas golpistas não atacaram o edifício, mas três jovens morreram quando tentaram bloquear o avanço de uma coluna de blindados.

Na quarta-feira, 21, a decisão do Parlamento russo de buscar Gorbachev na Crimeia marca o início de um dia de loucura que terminou com a derrota do golpe.

O ministério da Defesa ordenou o retorno das tropas aos quartéis.

O dispositivo militar ao redor de Moscou chega ao fim, a censura e o toque de recolher foram suspensos e os decretos dos golpistas foram cancelados.

A televisão exibe a sessão do Parlamento da Federação da Rússia.
(foto: STEPHANE BENTURA / AFP)
(foto: STEPHANE BENTURA / AFP)

Retorno de Gorbachev


Durante a noite de quarta-feira, Gorbachev retorna ao Kremlin, mas politicamente enfraquecido pela traição ou abandono de grande parte dos colaboradores que havia designado, a hesitação das Forças Armadas e as dúvidas do Partido Comunista.

O golpe de Estado frustrado transformou Boris Yeltsin no verdadeiro dono do poder.

Em 8 de dezembro, Rússia, Ucrânia e Belarus declaram o fim da União Soviética e no dia 25 Gorbachev apresenta sua renúncia.


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