Uma gigantesca ponte aérea começou no domingo (15) com aviões procedentes de todo mundo. Milhares de pessoas seguiram para o aeroporto para tentar fugir do país, enquanto os arredores são controlados pelos insurgentes.
- EUA e Reino Unido evacuam milhares -
O Exército dos Estados Unidos já retirou, em aviões militares, mais de 3.200 pessoas do Afeganistão, sobretudo, funcionários americanos, informou a Casa Branca. Além disso, quase 2.000 refugiados afegãos viajaram para os Estados Unidos.
Washington prevê retirar mais de 30.000 pessoas pela ponte aérea entre Cabul e suas bases no Kuwait e Catar.
O Reino Unido, por sua vez, repatriou 306 britânicos e 2.052 afegãos "em total segurança", anunciou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson na quarta-feira.
- Alemanha retira 500 pessoas e envia 600 soldados para Cabul -
A Alemanha já retirou 500 pessoas, segundo o Ministério das Relações Exteriores: 189 alemães, 202 afegãos, 59 cidadãos da União Europeia (UE) e 51 de outros países.
Com a ajuda do Uzbequistão, os desabrigados fazem escala em Tashkent, antes de serem repatriados. Um primeiro vôo, que decolou de Cabul para Tashkent com 131 passageiros, pousou em Frankfurt na terça-feira.
Berlim aprovou na quarta-feira o envio de 600 soldados a Cabul para apoiar a evacuação do "maior número possível de pessoas" até 30 de setembro no máximo.
A Alemanha acusa os talibãs de obstruir os acessos ao aeroporto de Cabul para evitar a saída de afegãos. De acordo com a chanceler alemã Angela Merkel, enquanto quase 10.000 colaboraram com o Exército alemão, ou com ONGs, mais os integrantes de suas famílias, que devem ser retirados do país.
Áustria e Romênia também informaram que seus cidadãos e afegãos que pretendem deixar o país encontram dificuldades para chegar ao aeroporto.
- Repatriações -
Grande parte das pessoas que se refugiavam na embaixada francesa em Cabul encontram-se agora em local seguro, após a evacuação na noite de terça para quarta-feira de 216 pessoas pelo exército francês para Paris.
O grupo é formado por 184 afegãos "da sociedade civil que solicitam proteção", 25 franceses, 4 holandeses, 1 irlandês e 2 quenianos. Na terça-feira, 41 franceses e estrangeiros já foram evacuados da mesma forma.
A Espanha iniciou uma primeira série de rotações com três aeronaves militares, por meio de Dubai. O primeiro decolou de Cabul na quarta-feira para trazer um grupo de colaboradores espanhóis e afegãos a esta cidade.
Os primeiros holandeses também foram retirados nesta quarta-feira. Alguns, que deveriam partir no primeiro de dois aviões, não chegaram a tempo, principalmente por causa do bloqueio dos soldados norte-americanos.
Ainda assim, uma aeronave deixou Cabul para a capital georgiana com cerca de 35 holandeses e cidadãos belgas, alemães e britânicos, de acordo com o Ministério da Defesa holandês.
A Polônia transferiu 50 pessoas para o Uzbequistão, de onde um avião civil deveria repatriá-los. Duas outras aeronaves militares continuarão as rotações.
Segundo o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, a NATO e a União Europeia (UE) pediram a Varsóvia o repatriamento de alguns dos seus trabalhadores.
Na Itália, 86 pessoas desembarcaram em Roma a bordo de um avião militar: italianos, afegãos e suas famílias e membros da Otan e da UE, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
- Dinamarca, Noruega, Turquía e outros países -
Outras 84 pessoas, a maioria afegãos, deixaram Cabul em direção à Copenhague, anunciou a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen.
A Noruega repatriou 14 noruegueses e se prepara para a retirada do pessoal afegão e suas famílias, mas "isso pode levar tempo" porque a situação é "muito difícil", segundo sua chanceler, Ine Marie Eriksen Soreide.
A Turquia, que já repatriou 324 de seus cidadãos na segunda-feira, transportou "mais de 200" a bordo de um avião militar hoje, anunciou a agência oficial Anadolu.
O Cazaquistão evacuou 42 pessoas.
Outras retiradas já ocorreram no fim de semana para a República Tcheca, Suíça, Macedônia do Norte, Albânia e Kosovo.
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