Jornal Estado de Minas

VANCOUVER

Terminam no Canadá audiências de extradição de diretora da Huawei

As últimas audiências de extradição para os Estados Unidos da diretora financeira da empresa chinesa Huawei terminaram nesta quarta-feira (18) em Vancouver, concluindo quase mil dias de batalha legal e crise diplomática.



Meng Wanzhou, 49 anos, filha do fundador da gigante das telecomunicações, Ren Zhengfei, foi detida em 1º de dezembro de 2018 no aeroporto canadense de Vancouver a pedido de Washington, que deseja julgá-la por fraude bancária.

"Devo informar a data na qual tomarei minha decisão na audiência de remissão de 21 de outubro", disse a juíza Heather Holmes na Suprema Corte da Columbia Britânica.

Esta última série de audiências, que começou este mês, ocorreu depois que a Justiça chinesa condenou o empresário canadense Michael Spavor a 11 anos de prisão por espionagem, e outro canadense, Robert Lloyd Schellenberg, à pena de morte por tráfico de drogas.

A prisão da diretora financeira da Huawei no Canadá foi seguida, dias depois, pelas de Spavor e do ex-diplomata canadense Michael Kovrig na China, e provocou uma crise diplomática entre Pequim e Ottawa.

Meng Wanzhou é acusada de fraudar o banco suíço HSBC por camuflar os vínculos entre a Huawei e a Skycom, uma subsidiária que vendia equipamentos de telecomunicações para o Irã. O banco correu o risco de violar as sanções dos Estados Unidos contra Teerã ao autorizar transações em dólares para a Huawei.

Mas seus advogados dizem que os Estados Unidos não têm jurisdição no caso e os direitos de sua cliente não foram respeitados. O processo sofreu várias reviravoltas nos quase três anos desde sua prisão.

Nas últimas semanas, a defesa de Meng voltou a acusar funcionários canadenses e americanos de abuso processual e pediu a sua libertação. Em caso de apelação, o processo pode levar anos.



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