Em um discurso no Parlamento Europeu, Josep Borrell também reafirmou a necessidade de que a Europa "discuta com os talibãs" para conseguir conter a crise humanitária, mas sem que isto signifique um reconhecimento diplomático formal do regime.
A situação no Afeganistão "terá impacto a longo prazo para a segurança regional e internacional, este é o acontecimento geopolítico mais importante desde a anexação da (península da) Crimeia pela Rússia há sete anos", destacou Borrell aos eurodeputados.
Neste contexto, "temos que nos comprometer de forma ativa com nossos sócios regionais e internacionais (...) a Ásia central se transformará em uma região ainda mais estratégica para nós", disse o diplomata espanhol.
"Somos conscientes de que Turquia, China e Rússia terão uma nova oportunidade para aumentar sua influência na Ásia central em detrimento do Ocidente", advertiu, antes de pedir o fortalecimento das relações diplomáticas europeias com Irã, Paquistão e Índia.
A UE "terá que trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos e intensificar os esforços diplomáticos para conseguir um consenso com seus aliados, com o objetivo de estabelecer uma abordagem comum eficaz contra o regime talibã", prosseguiu Borrell.
No momento em que os países ocidentais organizam operações de retirada a partir de Cabul de estrangeiros, trabalhadores afegãos e familiares, "precisamos criar canais de comunicação com os que têm o poder", insistiu.
A perspectiva de ver Bruxelas "conversar com os talibãs" provocou certa comoção, admitiu o chefe da diplomacia da UE.
"Mas devemos entender que abrir canais de comunicação não significa de modo algum o reconhecimento político internacional dos talibãs", reiterou.
BRUXELAS