O presidente Jair Bolsonaro bloqueia críticos nas redes sociais, o que constitui uma violação da liberdade de expressão e do direito de acesso à informação, denunciou nesta quinta-feira (19/8) a organização Human Rights Watch (HRW).
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Essa ação, disse ela, é parte de uma estratégia mais ampla para silenciar ou marginalizar aqueles que o criticam.
As redes sociais são um meio de comunicação crucial para o presidente de extrema direita, como canal de propaganda, ataques a adversários e interação com apoiadores.
No Twitter, ele tem quase sete milhões de seguidores. No Facebook, onde faz uma transmissão semanal ao vivo, tem cerca de 14 milhões, e no Instagram, 18,6 milhões. Portanto, o ato de bloquear dificulta a estes usuários obterem informações do governo, disse a HRW.
Por não poder interagir com as postagens, como responder ou comentar, não permite que pessoas bloqueadas participem de debates públicos, viola a liberdade de expressão e as discrimina por causa de suas opiniões, acrescentou.
No caso dos jornalistas, a impossibilidade de fazer perguntas ou solicitar informações é contrária à liberdade de imprensa, avalia a HRW.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, considerou os bloqueios um direito individual. "Uma coisa é a rede do governo, o site da Secom, outra coisa é da pessoa física Jair Bolsonaro", afirmou durante entrevista coletiva virtual com correspondentes internacionais.
"Se a pessoa chega lá e posta uma foto jogando futebol com a cabeça dele, chamando ele de genocida, por que não vai poder excluir essa pessoa", questionou Faria, rejeitando que o bloqueio de Bolsonaro impeça qualquer pessoa de acessar informações oficiais.
Sem resposta do governo, a estimativa da HRW vem de uma consulta nas redes sociais em abril e junho. Os 176 bloqueios confirmados pela ONG ocorreram depois de publicações críticas ao governo, segundo os titulares dos perfis.
Por outro lado, Bolsonaro reclama das limitações das redes, que eliminaram suas postagens com informações falsas.