Na pesca, ou na questão irlandesa, "vemos que os britânicos agora estão tentando reabrir parte dos acordos que fecharam conosco, o que não é aceitável", disse Barnier à AFP durante uma visita ao porto pesqueiro de Boulogne-sur-Mer, no norte da França.
"Eles se recusam a licenciar barcos que tenham direito a pesca, segundo os termos do nosso acordo", acrescentou Barnier, que vê "uma forma de obstrucionismo político nessa atitude".
A pesca foi um dos pontos mais duros durante a negociação para um acordo comercial pós-Brexit, concluída no final de dezembro entre União Europeia e Reino Unido.
As capturas por parte dos pescadores da UE em águas britânicas representam 650 milhões de euros (em torno de US$ 760 milhões) ao ano.
O pacto determinou que as frotas europeias deverão renunciar a 25% de suas capturas ao término do período de transição, em junho de 2026, e precisarão de licenças de Londres para poderem entrar em suas águas territoriais.
"Se as licenças não forem concedidas, isso pode criar um problema bilateral muito sério entre França e Reino Unido e também entre União Europeia e Reino Unido", advertiu Barnier.
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