Os remanescentes de Grace, que entrou no México como furacão neste sábado, deixando oito mortos, dissipavam-se no oeste do país, mas ele tem potencial de voltar a se tornar um ciclone tropical no Pacífico.
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COVID-19: 'Você não é um cavalo', ironiza agência sobre uso da ivermectina'Abandono' ocidental do Afeganistão é 'perigoso e desnecessário', diz ex-premier Tony BlairHenri se transforma em furacão no trajeto para nordeste dos Estados UnidosNo estado mexicano de Veracruz, o governo confirmou oito mortes causadas por Grace, que entrou na primeira hora do dia, como furacão de categoria 3, no município de Tecolutla.
"Infelizmente, temos sete mortos", na capital estadual, Xalapa, e mais um na cidade de Poza Rica, informou em entrevista coletiva Cuitláhuac García, governador de Veracruz. O maior número de vítimas foi registrado em uma área de Xalapa, onde uma encosta desabou sobre uma pequena casa. "Temos aqui a morte de seis pessoas, a mãe e os menores", indicou.
Um menor morreu em outro setor de Xalapa, enquanto a oitava vítima foi um homem que caminhava pelas ruas de Poza Rica durante a passagem do furacão.
"Meus pêsames aos familiares de crianças e adultos que morreram por causa do furacão", tuitou o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. Veracruz havia reportado três desaparecidos, mas eles foram localizados durante a tarde.
Em Tecolutla, de 24 mil habitantes, as ruas estavam quase intransitáveis, devido às árvores e a outros materiais deslocados pelo vento. Na zona de praia, Esteban Domínguez, com o rosto protegido por uma máscara, observa com lágrimas nos olhos a palapa (cabana), reduzida a escombros, que era seu restaurante. Ele esperava estar "recuperando-se parcialmente" da queda no turismo devido à pandemia da COVID-19.
"É o esforço de muitos anos. Estando na orla da praia sabemos que é assim. Desse lado tenho minha pobre casa, mas acabou, me deixou sem teto, sem móveis", conta à AFP.
Após o ciclone, autoridades permaneciam em alerta, devido à ameaça de transbordamento de rios e deslizamentos, principalmente em Veracruz.
Autoridades de Puebla, Hidalgo (centro), San Luis Potosí (norte) e Tamaulipas (nordeste) também estavam alertaram a população sobre os riscos de inundações e deslizamentos de terra devido às chuvas após a passagem de Grace, enquanto na Cidade do México choveu durante horas desde a madrugada.
Contra as previsões meteorológicas, que estimavam que no máximo seria a categoria 2, Grace se intensificou rapidamente ao passar pelo Golfo do México e em poucas horas se fortaleceu de 1 para 3 em uma escala de 5, tornando-se um fenômeno potencialmente destrutivo.
Esta é a segunda vez que Grace atinge o território mexicano depois de chegar com a categoria 1 em Tulum, na costa do Caribe, na quinta-feira, onde deixou pequenos danos materiais.