"É muito preocupante que as promessas dos representantes dos líderes talibãs de contribuir para a formação de um governo de coalizão ainda não tenham entrado na etapa de execução", afirmou Stanislav Zass, secretário-geral desta aliança, que reúne ex-repúblicas soviéticas, como Uzbequistão e Tadjiquistão, vizinhos do Afeganistão.
Após encerrar uma videoconferência entre os presidentes dos países-membros, incluindo Vladimir Putin, ele destacou, porém, "algumas declarações positivas sobre política interna e externa por parte dos talibãs". Não fez mais comentários a esse respeito.
Zass também espera que as promessas dos talibãs de combaterem o tráfico internacional de drogas sejam "mantidas". Ásia Central e Rússia são as rotas preferidas dos traficantes de ópio e de heroína.
Depois que os talibãs tomaram o poder no Afeganistão, a Rússia optou por uma atitude bastante conciliadora com os fundamentalistas. O governo russo chegou a afirmar que eles estavam enviando "sinais positivos" em matéria de liberdades e de distribuição do poder e que se comportavam de maneira "civilizada" em Cabul.
Moscou, que defende um "diálogo nacional" no Afeganistão, demonstra preocupação com a segurança das antigas repúblicas soviéticas na Ásia Central, também limítrofes com a Rússia.
No domingo, Putin declarou que queria evitar o fluxo de refugiados e de combatentes jihadistas para estes territórios.
Nesse contexto, Zass anunciou hoje que foram tomadas decisões sobre "medidas complementares para fortalecer ainda mais a segurança dos Estados-membros da OTSC".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à imprensa que estas medidas serão implementadas até 16 de setembro.
"Existem riscos reais para toda região da Eurásia e para o mundo em geral", afirmou.
Manobras militares também devem acontecer no Quirguistão, outro país da Ásia Central, entre 1º e 9 de setembro. Exercícios similares já foram realizados no Uzbequistão e no Tadjiquistão.
MOSCOU