Jornal Estado de Minas

NOVA ORLEANS

Costa do Golfo dos EUA se prepara para o extremamente perigoso furacão Ida

Filas de carros engarrafaram neste sábado (28) as estradas rumo ao norte dos Estados Unidos, fugindo da chegada do furacão Ida ao Golfo, 16 anos depois da devastação provocada pelo Katrina.



"Ida está se transformando em uma tempestade muito, muito perigosa", disse o presidente Joe Biden a respeito do fenômeno meteorológico que se torna furacão de categoria 2, com ventos sustentados de 160 e chuvas fortes.

O tráfego era pesado na saída de Nova Orleans e outras cidades após o chamado oficial para que os moradores fugissem ou procurassem abrigo.

"Espera-se que Ida seja um grande furacão extremamente perigoso quando se aproximar da costa norte do Golfo no domingo", informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

Após castigar a região na tarde de sábado com ventos potentes de tempestade tropical, a previsão é de que Ida toque o solo na Louisiana na noite de domingo como um poderoso furacão de categoria 4.

O governador do estado, John Bel Edwards, disse que Ida será uma das maiores tempestades a atingir os Estados Unidos desde a década de 1850.

Em Nova Orleans, a prefeita LaToya Cantrell advertiu os moradores a levarem Ida muito a sério. "O tempo não está do nosso lado", disse neste sábado. "Está crescendo rapidamente, está se intensificando".



No domingo completa-se 16 anos da passagem do Katrina, o furacão devastador que inundou 80% de Nova Orleans, deixando 1.800 mortos e danos de bilhões de dólares.

- Estado de emergência -

O sul da Louisiana se prepara para danos maciços e inundações, com chuvas de até 50 centímetros, previstas em alguns locais, enquanto a tempestade avança pelo Golfo depois de passar pelo oeste de Cuba.

"A perda prolongada de energia é quase certa", disse no sábado à imprensa o diretor de segurança de Nova Orleans, Collin Arnold. "Imploro que levem esta tempestade a sério", acrescentou.

Biden disse ter enviado centenas de membros de serviço de emergência para a região, juntamente com alimentos, água e geradores elétricos.

Também serão preparados refúgios, mas Louisiana tem sido um dos estados mais castigados pela pandemia, e por isso o presidente urgiu a população a continuar usando máscaras e tomar precauções.

O Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos prevê uma "maré ciclônica potencialmente mortal" quando o furacão tocar o solo ao longo da costa de Louisiana e do Mississípi, advertindo para "danos catastróficos por ventos", que poderiam produzir tornados.



A categoria 4 é a segunda mais alta da escala Saffir-Simpson de furacões.

Louisiana declarou estado de emergência com a aproximação da tempestade.

A declaração do estado de emergência, aprovada por Biden, canalizará recursos federais suplementares e ajuda a este estado do sul para aumentar seus esforços de preparação e resposta a emergências.

O furacão tocou o solo desde a sexta-feira à noite no oeste de Cuba com categoria 1. com ventos máximos sustentados perto de 128

A tempestade derrubou árvores, danificou telhados e provocou a queda de linhas de energia, causando cortes de luz, segundo o site do jornal oficial Granma.

- Preparar-se para o que vier -

As advertências sobre a chegada da tempestade inevitavelmente trazem à memória a passagem funesta de Katrina, declarou Edwards em coletiva de imprensa.

"É doloroso pensar que outra tempestade poderosa como o furacão Ida tocará o solo neste aniversário", disse o governador de Louisiana.



A grande diferença é que desde então, realizou-se um forte investimento em um sistema de proteção composto por diques, comportas e bombas.

"Este sistema será posto à prova (...) Mas seguiremos em frente", acrescentou.

Enquanto isso, o furacão de categoria 1 Nora tocou o solo no estado de Jalisco e se mantém perto da costa mexicana do Pacífico, segundo o boletim atualizado do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Mais cedo, o NHC tinha advertido que Ida traria o risco de "inundações repentinas e deslizamentos de terra que ameaçam a vida".

Na semana passada, uma rara tempestade tropical varreu a costa nordeste dos Estados Unidos, deixando sem luz milhares de moradores, arrancou árvores e provocou chuvas com um volume recorde.

Os cientistas têm advertido para um aumento na quantidade de ciclones fortes à medida que a superfície do oceano esquenta por causa do aquecimento global, o que representa uma ameaça cada vez maior para as comunidades costeiras em todo o mundo.

audima