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Estado de Minas AFEGANISTÃO

Talibã autoriza mulheres nas universidades, mas separadas dos homens

Permissão para que afegãs estudem em salas de aula não mistas foi anunciada pelo ministro Ensino Superior em assembleia sem a presença de mulheres


29/08/2021 18:00 - atualizado 29/08/2021 19:00

Proibição de aulas mistas nas universidades do Afeganistão foram anunciadas neste domingo (29/8)(foto: Aamir QURESHI/AFP)
Proibição de aulas mistas nas universidades do Afeganistão foram anunciadas neste domingo (29/8) (foto: Aamir QURESHI/AFP)

Mulheres afegãs terão permissão para estudar nas universidades, mas as aulas mistas serão proibidas sob seu mandato, disse o ministro do Ensino Superior do Talibã. O grupo islâmico radical que assumiu o poder no Afeganistão em meados de agosto, após retirar o governo pró-Ocidente, prometeu agir de forma diferente de seu regime anterior (1996 a 2001), quando meninas e mulheres eram proibidas de ir à escola.

"O povo do Afeganistão continuará tendo ensino superior de acordo com as regras da sharia (lei islâmica) que proíbe classes mistas", disse neste domingo (29/8) o ministro Abdul Baqi Haqqani em uma assembleia com membros superiores, conhecida como Loya Jirga.

Ele disse que o Talibã exige "a criação de um programa educacional razoável que seja consistente com nossos valores islâmicos, nacionais e históricos e, por outro lado, seja capaz de competir com outros países".

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Homens e mulheres jovens serão segregados nas escolas primárias e secundárias, o que era comum em um país tão conservador como o Afeganistão. O Talibã defende o respeito aos avanços nos direitos das mulheres, mas apenas de acordo com sua interpretação estrita da lei islâmica.

Incertezas sobre o futuros das mulheres afegãs

Se as mulheres serão capazes de trabalhar, se instruir em níveis elevados e se misturar com os homens são algumas das perguntas mais frequentes feitas pelos observadores.

Mas a mudança de atitude do Talibã é vista com ceticismo, e muitos se perguntam se eles cumprirão suas promessas. Nenhuma mulher esteve presente na reunião de domingo em Cabul, que contou com a presença de outros altos funcionários talibãs.

O ministro do Talibã "falou apenas com professores e alunos do sexo masculino", disse uma estudante que trabalhou na cidade universitária durante o último governo. Segundo ela, isso mostra "a prevenção sistemática da participação das mulheres nas decisões" e "a distância entre as palavras do Talibã e suas ações".

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O número de universitários aumentou nos últimos 20 anos de presença ocidental, especialmente entre mulheres que estudam com homens e participam de seminários ministrados por professores do sexo masculino. Mas uma série de ataques a centros educacionais nos últimos meses, resultando em dezenas de mortes, gerou pânico na população. O Talibã negou estar por trás dos ataques, alguns reivindicados pelo braço local do Estado Islâmico.

Durante seu governo repressivo anterior, o Talibã excluiu as mulheres da vida pública, proibiu seu entretenimento e punições terríveis, como apedrejamento até a morte, foram impostas às adúlteras.


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