O Taleban garantiu neste domingo, 29, que cidadãos - tanto afegãos quanto de outros países - com autorização para viagens internacionais poderão deixar o Afeganistão "de forma segura e ordeira", informou comunicado conjunto de mais de 90 países divulgado neste domingo. "Temos a clara expectativa e o compromisso do Taleban de que eles afegãos com vistos de viagem poderão viajar para nossos respectivos países e observamos as declarações públicas do Taleban confirmando este entendimento", destaca o texto.
Segundo acordo anterior, entre o G-7 e o Taleban, o prazo para que houvesse garantia de partida do país expirava na próxima terça-feira, 31.
Com o texto, a expectativa é de que civis possam deixar o país mesmo após o prazo do próximo dia 31, data prevista para que as tropas norte-americanas deixem o país.
A nota é assinada, entre outros, pelo governo dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália, Japão, bem como pelo secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, e o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.
"Nós estamos comprometidos em assegurar que os nossos cidadãos, nacionais e residentes, trabalhadores e afegãos que trabalharam conosco ou estão em risco poderão continuar a viajar livremente para destinos fora do Afeganistão", informou a nota. "Nós continuaremos a emitir documentos de viagem para afegãos escolhidos", completa.
O Brasil não está entre os signatários da nota. No sábado, 28, o Itamaraty informou que um brasileiro e sua família foram resgatados do Afeganistão em missão organizada pelos governos da Espanha e Alemanha.
Atentados e retaliação
Na última quinta-feira, 26, atentados a bomba vitimaram mais de cem civis que estavam aglomerados no aeroporto de Cabul buscando deixar o país e 13 militares norte-americanos. Em retaliação, o governo dos Estados Unidos conduziu ataques com drones contra o grupo terrorista responsável pelo atentado.
"Eu disse que iríamos atrás dos responsáveis pelo ataque à nossas tropas e civis inocentes em Cabul e nós fomos. Este ataque não foi o último. Nós iremos continuar a perseguir qualquer pessoa envolvida naquele ato hediondo e fazê-los pagar", disse o presidente norte-americano Joe Biden, em nota divulgada no sábado. Não há confirmação de quantas pessoas foram mortas pelos ataques com drones.
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