O norte da Etiópia está mergulhado em combates desde novembro, quando o primeiro-ministro deste país africano, Abiy Ahmed, enviou o Exército federal para Tigré para derrubar as autoridades locais dissidentes, da Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF), outrora partido dominante em nível nacional.
O primeiro-ministro justificou esta intervenção, afirmando que foi em resposta a ataques lançados pela TPLF contra campos militares federais.
Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2019, Ahmed prometeu uma campanha rápida e vitoriosa, mas o conflito virou um atoleiro. No final de junho, as forças pró-TPLF recuperaram o controle sobre a maior parte da região do Tigré para, então, continuarem sua ofensiva nas vizinhas Amhara e Afar.
"Como consequência da guerra inútil deflagrada pela TPLF no norte da Etiópia, nas regiões de Tigré, Afar e Amhara, mais de 7.000 escolas foram total (ou parcialmente) danificadas", tuitou o ministro etíope da Educação, Getahun Mekuria, na segunda-feira.
"Mais de 1,42 milhão de alunos já ficaram sem escola (em Tigré), ou ficarão (em Afar e Amhara)", acrescentou, descrevendo a situação como "muito triste".
A TPLF não reagiu às acusações e, como acontece com frequência neste conflito, não foi possível verificar o conteúdo das declarações com fontes independentes.
A ampliação do conflito agravou a crise humanitária. Várias agências internacionais e ONGs lamentam as dificuldades que enfrentam para ter acesso à região e poder fornecer assistência à população civil.
ADIS ABEBA