A UICN estudou 138.374 espécies, das quais 38.543 se classificam sob ameaça, informa o comunicado desta agência, divulgado durante o Congresso Mundial da Natureza, em Marselha (França).
Outro alerta foi que 37% de todas as espécies de tubarões e raias estão ameaçadas de extinção e também advertiu para o perigo que espreita o maior lagarto do mundo, o dragão de Komodo, na Indonésia.
A sobrepesca, a degradação ambiental, o desaparecimento de seus habitats naturais, ou as mudanças climáticas estão prejudicando a sobrevivência de tubarões e raias, explicou a Lista Vermelha da UICN, que classifica e monitora a saúde da biodiversidade do planeta desde 1964.
A Lista Vermelha serve como um alerta para os governos responsáveis por essa riqueza ambiental, assim como um guia para as organizações não governamentais que a defendem.
O dragão de Komodo é um lagarto que pode medir até 3 metros e pesar 90 kg. Apenas 1.400 espécimes sobrevivem na costa da Indonésia.
Existem mais de 440 espécies conhecidas de tubarões nos oceanos, e uma grande parte já se encontra em estado crítico. Alguns exemplares destas espécies deixaram de ser encontrados há anos.
- Mais espécies, maior o perigo -
A Lista Vermelha da UICN também atualizou o número de espécies de plantas e de animais pacientemente classificados por mais de meio século.
Das 138.374 espécies classificadas no planeta, 38.543 estão ameaçadas, ou seja 28%. O percentual na América Latina é semelhante.
Os cientistas da IUCN têm nove categorias para a Lista Vermelha: desde espécies seguras até aquelas que estão totalmente extintas.
Na edição deste ano do Congresso Mundial de Conservação, os conservacionistas também quiseram transmitir sinais de esperança, com a criação de uma nova Lista Verde, o outro lado da moeda, contendo as histórias de sucesso para salvaguardar a biodiversidade.
Assim como a Lista Vermelha, a Lista Verde tem nove categorias e começa com 181 espécies avaliadas.
- A pressa pela Lista Verde -
A UICN espera alcançar a catalogação de pelo menos 160 mil espécies, o mais rápido possível, e atualizar sua Lista pelo menos duas vezes por ano.
"Prevenir a extinção não é suficiente", frisou a coordenadora do grupo de trabalho da UICN, Molly Grace, em uma entrevista coletiva.
Os países onde se encontram as espécies mais ameaçadas sabem que esses avisos são como "cartões vermelhos" para sua política ambiental.
"Há muita preocupação de que, se uma espécie cair um degrau, os investimentos diminuam", reconheceu o responsável pela Lista Vermelha, Craig Hilton-Taylor.
É por isso que os Estados-membros da UICN agora querem que a Lista Verde seja implementada.
Da América Latina apenas seis países estão representados: Costa Rica, Equador, El Salvador, México, Panamá e Peru. Muitos outros estão presentes por meio de órgãos ambientais oficiais. E, desde sexta-feira (3), também ganharam representatividade, por meio de organizações de defesa dos direitos dos indígenas, que passam a ter voz e voto no Congresso.
MARSELHA