Para os fabricantes, privados de grandes eventos internacionais devido à pandemia, este salão profissional aberto nesta segunda-feira (6) em Munique será uma grande oportunidade de reencontrar o público, que será recebido a partir de terça (7).
O salão será mais elétrico do que nunca, já que a Comissão Europeia está pressionando pelo fim dos motores de combustão até 2035.
Vários fabricantes, portanto, tomaram uma rota elétrica radical, mas cara.
A feira IAA dedica, assim, grande parte aos modelos com baterias elétricas. A Volkswagen, segunda maior fabricante do mundo e maior grupo representado no salão - na ausência da Toyota - não expõe nenhum carro térmico.
A Renault apresentou nesta segunda seu modelo elétrico Mégane, um esportivo compacto e conectado, que deve impulsionar o grupo francês no mercado europeu, segundo seu CEO, Luca De Meo. "Queremos mostrar com este carro que dirigir um carro elétrico também pode ser divertido", declarou.
Por sua vez, a Mercedes promete 660 km de autonomia para seu grande sedã EQE, destinado a rivalizar com o Tesla.
BMW anuncia, olhando para o futuro, um carro elétrico batizado de "Circle" e 100% reciclável, feito inteiramente com materiais reaproveitados ou recursos renováveis.
- "Mobilidade" e clima -
Em plena transição para os chamados motores de "emissão zero", o IAA não será mais apenas sobre carros, mas se descreve como um "salão da mobilidade" e tem como foco a proteção climática.
Por isso, serão realizadas conferências e testes de direção de todos os tipos de veículos, desde scooters até limusines (elétricas), e mais de 70 marcas de bicicletas também serão apresentadas para tentar atrair novos públicos.
Apesar de tudo, vários grupos de ativistas do clima, incluindo o Greenpeace, prometeram ações de protesto durante o evento. Esta feira é o típico "greenwashing" (preocupação ambiental insincera), condenou um representante da associação ambiental BUND, Jens Hilgenberg.
Por outro lado, o grande desafio da eletrificação é agravado pela falta de componentes eletrônicos.
O ano começou de forma positiva para os industriais do setor, que recuperaram os lucros após um complicado ano de 2020 devido à covid-19, que causou fechamentos de fábricas e perdas financeiras históricas.
Os 16 maiores grupos do mundo alcançaram um total de 71,5 bilhões de euros (US $ 85 bilhões) de lucro operacional no primeiro semestre de 2021, segundo análise do gabinete EY.
Mas o horizonte parece mais complicado agora: a escassez de componentes eletrônicos - consequência da recuperação da economia e da alta demanda por aparelhos eletrônicos - cria desordem nas cadeias produtivas e sobrecarrega o mercado.
Isso levou ao fechamento ou suspensão de fábricas ou linhas de produção de grandes fabricantes.
Como resultado, os preços de venda de veículos novos subiram 13,9% em agosto nos Estados Unidos, um aumento recorde, de acordo com analistas do JPMorgan.
"As montadoras poderiam vender [...] mais veículos se não houvesse a crise dos semicondutores", estimou o analista alemão Ferdinand Dudenhöffer.
O impacto nos lucros poderia ser sentido no início de 2022, já que as vendas ainda estão longe dos níveis anteriores à crise.
Por fim, o salão IAA, um evento bianual, é um dos principais encontros internacionais do setor que tenta ressurgir após uma decepcionante edição de 2019 em Frankfurt, a histórica cidade-sede, que colocou em dúvida sua própria existência.
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