A proposta foi apresentada pelos grupos indígenas, que contam, a partir do congresso deste ano, com sua categoria própria.
A UICN é uma instituição incomum, na qual Estados, organizações não governamentais e agora grupos indígenas discutem em pé de igualdade sobre os temas que envolvem a biodiversidade.
Os votos de grupos indígenas na discussão final são agrupados junto com os das ONGs. As moções aprovadas viram resoluções.
Com a ausência de vários membros, alguns participantes solicitaram em caráter urgente uma votação "on-line". Esta modalidade não está prevista nos estatutos da UICN.
As resoluções da UICN não são juridicamente obrigatórias, mas podem influenciar as políticas mundiais de proteção da natureza.
- Proteger 80% da Amazônia -
A moção de urgência solicita "proteger e conservar ao menos 80% da Amazônia até 2025", diante do perigo crescente dos incêndios e do desmatamento.
- Uso da biologia sintética -
Um grupo de trabalho da UICN elaborou um rascunho de Carta de Princípios sobre o uso da biologia sintética, ou seja, a combinação de "ciência, tecnologia e engenharia para facilitar e acelerar (...) o design (...), ou a modificação de materiais genéticos, organismos vivos e sistemas biológicos".
A moção garante a capacidade dos Estados-membros de aplicarem o "princípio da precaução" para proibir qualquer atividade que possa ser prejudicial à biodiversidade.
- Covid-19 -
Uma moção de urgência aborda o aumento do risco de uma propagação da zoonose por causa da perda de biodiversidade. A moção pede aos membros que "desenvolvam estratégias de prevenção das pandemias" e que "reduzam as interações diretas entre humanos e espécies selvagens".
- Novo marco mundial para a natureza -
Duas moções estão relacionadas com as negociações internacionais para estabelecer um novo marco mundial para a proteção da natureza. Uma delas pede aos 1.400 membros da UICN que "colaborem para o êxito da COP15", que aborda este marco legal. Será discutida em abril de 2022 na China.
A outra moção em debate defende a ideia de se proteger "ao menos 30%, ou ao menos metade, do nosso planeta". O percentual não está definido.
- Mudança climática -
A UICN deseja criar uma "comissão sobre a crise climática" para participar dos esforços para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
- Proteger os fundo do mar -
Uma moção pela "moratória sobre a mineração no fundo do mar" foi aprovada nesta quarta-feira.
"Os países-membros da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (AIFM, sob mandato da ONU) devem acordar e começar a agir para a sociedade civil e o meio ambiente", reagiu Matthew Gianni, da coalizão DSCC.
MARSELHA