Vladimir Putin, disse nesta terça-feira (14) que confia que a vacina Sputnik V vai protegê-lo, depois que um de seus colaboradores próximos contraiu COVID-19, obrigando o presidente russo a se isolar.
Putin voltou, apenas recentemente, a participar de eventos em público. Até algumas semanas atrás, a grande maioria de seus compromissos era realizada por vídeo, e as poucas pessoas que podiam se reunir com o presidente deveriam cumprir um período de isolamento antes.
Na segunda-feira (13), Putin se reuniu com o presidente sírio, Bashar al-Assad, e com os atletas russos que voltaram dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020.
Em uma videoconferência com diretores de seu partido, Rússia Unida, e com membros de seu governo, às vésperas das eleições legislativas, Putin confirmou que um de seus colaboradores contraiu COVID-19, apesar de já estar vacinado.
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"Espero que tudo ocorra como deve ocorrer e que a Sputnik V prove, realmente, seu alto nível de proteção contra a COVID-19", disse o presidente russo, também vacinado, e que afirma ter um "nível elevado" de anticorpos.
Horas antes, o Kremlin anunciou que o presidente, de 68 anos, iria se isolar após a descoberta de casos de COVID-19 em seu entorno.
"Devido a casos identificados de coronavírus em seu entorno, Vladimir Putin deve respeitar um regime de autoisolamento durante um certo período de tempo", declarou a presidência, em um comunicado, acrescentando que ele está bem.
"O presidente está em perfeito estado de saúde", afirmou seu porta-voz, Dmitri Peskov.
Ele destacou que Putin, que está vacinado, foi submetido a um teste de detecção do vírus. O resultado não foi divulgado pelo Kremlin.
"O isolamento não afetará diretamente o trabalho do presidente", acrescentou, afirmando que as reuniões previstas serão mantidas por videoconferência.
Segundo a imprensa local, as pessoas que precisassem se aproximar de Putin - como políticos, demais autoridades e pessoal de serviços - deveriam passar 14 dias em quarentena em hotéis e fazer testes de diagnóstico regularmente.
Também foi instalado um espaço de higienização para os visitantes autorizados a vê-lo.
Um país afetado pelo vírus
A Rússia está entre os países mais atingidos pela pandemia da COVID-19. No momento, ocupa o quinto lugar em número de infectados, conforme balanço atualizado da AFP.
Segundo a agência de estatísticas Rosstas, cerca de 350.000 russos morreram de COVID-19 até o final de julho de 2021.
Apesar da alta disponibilidade de vacinas, as autoridades sanitárias não conseguem conter o avanço da pandemia.
Depois de disparar em agosto, o número de casos chegou a diminuir, mas continua a preocupar. Nas últimas 24 horas, foram registrados 17.837 casos e 781 óbitos.
As autoridades não conseguem convencer uma população cética em relação às vacinas, e pesquisas independentes mostram que a maioria dos russos não quer se imunizar.
Apenas 39,9 milhões dos 146 milhões de russos estão totalmente vacinados, segundo o site Gogov, que coleta dados oficiais das regiões.
A Rússia tem várias vacinas de fabricação própria disponíveis para sua população, mas não distribui imunizantes de países ocidentais.
Moscou, epicentro da pandemia no país, e outras regiões implementaram medidas de vacinação obrigatórias para acelerar a imunização. O presidente Putin pede, repetidamente, a seus concidadãos que se vacinem.
A meta do Kremlin era ter 60% da população protegida até setembro, o que não foi atingido, ainda que tenha começado sua campanha de vacinação no início de dezembro.
O governo russo foi acusado de subestimar os efeitos da pandemia da COVID-19 e de ter desistido de voltar a adotar medidas restritivas após o severo confinamento decretado em 2020.
As autoridades depositaram suas esperanças de conter a pandemia nas quatro vacinas de fabricação nacional - Sputnik V, EpiVacCorona, CoviVac e Sputnik Light (de dose única) -, ainda sem sucesso.