"A doença continua apresentando riscos, mas tenho confiança nas vacinas", disse o primeiro-ministro Boris Johnson ao anunciar seus planos para os próximos meses.
O Reino Unido começou a vacinar em massa em dezembro e 8,1% de sua população maior de 16 anos já recebeu o esquema completo de imunização.
"O resultado desta campanha de vacinação é que temos uma das sociedades mais livres e uma das economias mais abertas da Europa", afirmou Johnson, que em julho levantou quase todas as restrições, incluindo o uso de máscaras e as capacidades limitadas.
Porém, "o outono e o inverno apresentam condições favoráveis para a covid-19 e outros vírus sazonais", advertiu o ministro da Saúde, Sajid Javid, na Câmara dos Comuns.
"As crianças voltam às escolas, mais pessoas retornam ao trabalho, a mudança da meteorologia significa que podemos ter mais pessoas que ficam mais tempo em locais fechados", disse, antes de mencionar a possível pressão nos hospitais de outros vírus sazonais como a gripe.
Por esse motivo, o governo decidiu intensificar sua já extensa campanha de vacinação.
A partir da próxima semana, esta se ampliará para os jovens de 12 a 15 anos, com uma única dose da e começará a ser administrada na Inglaterra uma vacina de reforço nos profissionais da saúde, em todos os maiores de 50 anos e nas pessoas de 16 a 49 anos com comorbidades.
Esta injeção terá um período de ao menos seis meses da segunda dose e os assessores científicos do governo aconselharam a ir por faixas etárias decrescentes, como foi feito na primeira fase da vacinação.
Se a medida também for aprovada pelas autoridades de saúde da Escócia, Gales e Irlanda do Norte, poderá beneficiar 30 milhões dos 66 milhões de habitantes do Reino Unido.
- Inverno potencialmente complicado -
Considerando que a campanha de vacinação foi um "sucesso incrível" que evitou 24 milhões de casos de covid-19 e 112.000 mortes, o vice-diretor médico da Inglaterra, Jonathan Van-Tam, alertou que o inverno pode ser complicado quando epidemias sazonais se juntarem ao coronavírus, como a gripe, pouco reproduzidas no ano passado devido aos confinamentos.
O país contava em 10 de setembro 8.256 pessoas hospitalizadas por covid-19, longe dos quase 40.000 no pico da última onda em janeiro, mas que está aumentando à medida que o número de casos cresce, com uma média de 140 mortes por dia.
"As pessoas precisam continuar levando essa doença muito à sério", afirmou Chris Whitty, conselheiro médico máximo do Reino Unido, pedindo a todos que puderem tomar a vacina de reforço para assim fazê-lo.
Os especialistas do Comitê Conjunto sobre Vacinação e Imunização (JCVI) recomendaram o uso principalmente de uma dose completa da vacina de ou, quando não for possível, meia dose do fármaco da Moderna.
As pessoas que por motivos médicos não podem receber estas vacinas desenvolvidas com a tecnologia de RNA mensageiro serão autorizadas a receber uma dose da mais convencional
O programa de reforço pretende evitar o retorno dos fechamentos e confinamentos como os três decretados desde março de 2020 em um país onde morreram mais de 134.000 pessoas por covid-19 e que atualmente registra cerca de 35.000 novos casos diários, impulsionados pela muito contagiosa variante delta, que é dominante no país.
O governo decidiu até o momento não impor os passaportes sanitários.
Mas "não é sensato descartar por completo este tipo de opção agora quando devemos enfrentar o fato de que ainda poderia fazer a diferença entre manter as empresas abertas a pleno rendimento ou não", disse o primeiro-ministro, contemplando um "plano B" caso a pandemia se agrave, que poderia reintroduzir medidas como a obrigação do uso de máscaras e a recomendação para o home office.
LONDRES