O grupo prevê destinar 10 bilhões de dólares até 2028 para diminuir as emissões de carbono de suas operações, aumentar a produção de energias à base de fontes não fósseis e capturar o carbono.
"Pensamos que a mudança climática é real e que a atividade humana, inclusive o uso de combustíveis fósseis, contribui para isso", declarou o presidente do grupo, Mike Wirth, no começo de uma apresentação sobre a "transição energética" da Chevron.
"Pensamos que o futuro da energia passa pelas baixas emissões de carbono e temos a intenção de liderar" este setor, acrescentou.
Assim como sua concorrente, a ExxonMobil, os acionistas da Chevron pediram no fim de maio que a empresa reduzisse as emissões de gases de efeito estufa indiretas de seus produtos.
O autor da petição comemorou "que a Chevron aceite por fim falar da transição energética" e "aumentar seus investimentos nas energias que emitem menos carbono".
"Mas está longe de ser suficiente", disse à AFP Mark van Baal, da ONG Follow This, grupo de acionistas ativistas holandeses.
Os investimentos que a Chevron propõe, teoricamente uma média de 1,4 bilhão de dólares por ano, representam menos de 10% dos gastos que o grupo prevê desembolsar a cada ano para se desenvolver (15 a 17 bilhões de dólares de 2022 a 2025).
Para a ONG Earthworks, que apresentou em março uma denúncia contra a autoridade americana da concorrência, na qual acusa a Chevron de exagerar em suas iniciativas ambientais, o grupo simplesmente prossegue com seu "greenwashing" (maquiagem verde).
"O problema é que, de fato, suas emissões continuam aumentando", destacou a organização no Twitter.
- Sem neutralidade de carbono -
A Chevron deseja consagrar 3 bilhões de dólares a projetos de captura e compensação de carbono, bem como US$ 3 bilhões aos combustíveis de origem não fóssil e ao gás natural renovável, procedente da decomposição de resíduos orgânicos.
O grupo prevê também investir US$ 2 bilhões para produzir hidrogênio e US$ 2 bilhões para reduzir a intensidade de emissões de carbono em suas operações, ou seja, na relação entre suas emissões de CO2 e a produção da empresa.
Durante uma apresentação de 90 minutos, vários encarregados descreveram em detalhes alguns projetos, como uma associação com a empresa Bunge sobre o abastecimento de matérias agrícolas e algumas ferramentas que deveriam ajudar a reduzir as emissões, como o uso de satélites para detectar os vazamentos de metano.
"Com o compromisso de aumentar a produção de gás natural renovável em 0,001% de sua produção de gás natural e sua produção de combustíveis renováveis em 7% da produção de suas refinarias até 2030, a Chevron talvez não consiga convencer seus investidores de que o clima é levado a sério", reagiu no Twitter Andrew Logan, da ONG ambiental Ceres.
O grupo não tem previsto se lançar nas energias solares ou eólicas e tampouco se comprometeu, como a TotalEnergies e a BP, a alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
A Chevron prefere por enquanto se concentrar nesta década em reduzir suas emissões, enquanto espera a chegada de novas tecnologias e novas políticas que permitirão ir mais longe.
"Temos que nos preocupar por responder as necessidades atuais do sistema energético e da economia, ao mesmo tempo em que tentamos construir um sistema diferente para o futuro", disse Wirth. "Tentamos fazer as duas", assegurou.
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