Marta Youth, subsecretária de Estado Adjunta do Escritório de População, Refugiados e Migração, disse a jornalistas que as recentes mudanças no Programa de Menores da América Central (CAM) favorecerão o aumento de solicitantes guatemaltecos.
O CAM, criado em 2014 quando Biden era vice-presidente de Barack Obama, visa a dar às crianças e aos adolescentes em risco de violência em El Salvador, Guatemala e Honduras a oportunidade de viver nos Estados Unidos após serem solicitados por seus pais ou tutores que já estão legalmente em território americano.
Cancelado em 2018 pelo ex-presidente Donald Trump, o CAM foi reiniciado com a chegada de Biden na Casa Branca. Em março, foram reabertos os casos que tinham sido suspensos, e em junho foram ampliadas as condições para acessar o benefício.
Youth explicou que antes de 2018, a maioria das pessoas que pediam para trazer seus filhos menores eram hondurenhos e salvadorenhos que estavam legalmente nos Estados Unidos sob o Estatuto de Proteção Temporária (TPS).
O TPS permite o trabalho de estrangeiros que, por desastres naturais ou instabilidade política não possam voltar de forma segura aos seus países. Para El Salvador, um TPS vigora desde 2001; para Honduras, desde 1999.
Não há um TPS para a Guatemala, apesar dos pedidos de congressistas e ativistas americanos, bem como do próprio presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, particularmente após a passagem devastadora dos furacões Iota e Eta, em novembro de 2020.
Mas Youth disse que aumentarão "muitíssimo" as candidaturas de menores guatemaltecos com a expansão da elegibilidade para o CAM, incluindo quem tiver em tramitação um pedido de asilo ou de visto de não imigrante U (reservado para vítimas de crimes e abusos), apresentados antes de 15 de maio deste ano.
"Antes, menos de 5% das solicitações ao programa eram para a Guatemala", disse Youth. "Agora, com as categorias ampliadas, estamos esperando que haja muitas solicitações da Guatemala especificamente".
Dos quase 19.000 menores sozinhos detidos sem documentos em julho na fronteira sul americana, uma cifra recorde no recente fluxo migratório provém da América Central: 8.015 eram da Guatemala, 5.629 de Honduras e 2.115 de El Salvador.
Youth destacou que os pedidos para se abrigar ao CAM devem ser apresentados pelos pais ou tutores nos Estados Unidos, mas os menores devem estar em El Salvador, Guatemala e Honduras, e não no México ou na fronteira americana.
Os menores, que podem ser admitidos como refugiados ou com uma permissão humanitária temporária renovável, devem ter menos de 21 anos e não serem casados. O programa admite filhos biológicos e adotivos.
audima