De acordo com o levantamento, o primeiro divulgado após as manifestações convocadas por Bolsonaro para o feriado de 7 de setembro, apenas 22% dos entrevistados consideram que a gestão do presidente é "ótima" ou "boa", em comparação com os 24% que opinavam dessa maneira na pesquisa publicada em julho.
Já o índice dos que consideram seu governo "ruim ou péssimo" subiu para 53%, após registrar 51% em julho e 45% em maio, segundo a pesquisa, que ouviu 3.667 pessoas entre os dias 13 e 15 de setembro, e cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Entre os segmentos da população que mais rejeitam Bolsonaro estão os negros (59%), os jovens de 16 a 24 anos (59%) e os (61%). Já os evangélicos (29%) e os empresários (38%) registram a maior aprovação do presidente.
Desde que chegou ao poder em janeiro de 2019, Bolsonaro acumula uma série de retrocessos em seus índices de popularidade, em meio a fortes críticas por sua gestão da pandemia, que soma mais de 588 mil mortes, por uma inflação que não dá trégua e o alto índice de desemprego.
Em paralelo, o Supremo Tribunal Federal (STF) investiga o presidente e seu entorno mais próximo em diversos casos, entre eles a difusão de ataques contra o sistema eleitoral, e o suposto crime de prevaricação relacionado a irregularidades na aquisição de vacinas contra a covid-19.
Além disso, segundo as projeções mais recentes para as eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro seria facilmente derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, até o momento, ainda não confirmou oficialmente a sua candidatura.
Ao se sentir cada vez mais pressionado, Bolsonaro convocou grandes mobilizações em seu apoio para o feriado da independência em 7 de setembro, principalmente em Brasília e São Paulo.
O presidente brasileiro esperava que ao menos 2 milhões de pessoas comparecessem à manifestação na avenida Paulista, no centro de São Paulo, mas a Polícia Militar calculou o número de presentes em 125 mil manifestantes.
Com discursos inflamados, Bolsonaro atacou o STF e voltou a criticar o sistema de votação através de urnas eletrônicas. No entanto, e apenas dois dias depois, Bolsonaro recuou e garantiu que seus ataques e ameaças foram resultado do "calor do momento".
RIO DE JANEIRO