A Justiça francesa condenou um ex-publicitário, nesta sexta-feira (17), a pagar uma multa de 10.000 euros (11.780 dólares) por comparar o presidente Emmanuel Macron com o líder nazista Adolf Hitler e com o colaboracionista Philippe Pétain em pôsteres de propaganda.
Michel-Ange Flori, de 62 anos, foi condenado por "injúria pública" contra o presidente francês, que denunciou a publicação de dois cartazes com sua imagem modificada em La Seyne-sur-Mer (sudeste) e na vizinha Toulon.
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Um mês depois e apesar de já ter sido aberta uma investigação sobre a primeira imagem, Michel-Angel Flori publicou uma segunda. Nela, o presidente aparece com o marechal Pétain, chefe de Estado conhecido por colaborar com os nazistas. No fundo, há um código QR.
"O direito à caricatura foi atacado", disse o advogado de Flori, Bérenger Tourné, para quem "o presidente, sempre disposto a defender a liberdade de expressão (...), considera que ela para em sua pessoa augusta".
Embora o crime de "ofensa ao presidente da República" tenha sido abolido em 2013, após uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEHD), o chefe de Estado está protegido contra injúrias e difamação pública como qualquer cidadão.
No tribunal, o advogado de defesa disse que Flori era "talvez irreverente", mas inocente, já que abordava "um debate polêmico e político".
"Alguns escrevem nas paredes, eu faço cartazes", afirmou o ex-publicitário, para quem essa forma de expressão é "a mais antiga do mundo".
O empresário, que possuía 600 painéis publicitários, manteve dois para seu uso pessoal e tem várias condenações por violência contra funcionários públicos e roubo.