"Agora é o momento para que os Estados Unidos retifiquem sua má política e encerrem logo todas as sanções", afirmou Mohamad Eslami no primeiro dia da conferência geral anual da AIEA.
O ex-presidente americano Donald Trump retirou seu país do acordo nuclear internacional em 2018 e restabeleceu as sanções que haviam sido parcialmente paralisadas. Como consequência disso, o Irã tem se livrado paulatinamente dos limites impostos ao seu programa, "com finalidades exclusivamente pacíficas", de acordo com o alto funcionário iraniano.
As negociações indiretas entre iranianos e americanos começaram em abril em Viena, por meio das outras potências signatárias do pacto, cujo objetivo primordial é impedir que Teerã desenvolva uma arma atômica (Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia).
Este processo, entretanto, ficou estagnado desde as eleições de junho no Irã, nas quais o ultraconservador Ebrahim Raisi foi eleito presidente.
"O presidente deixou bem claro que seu governo deseja resultados, o objetivo das negociações é levantar as pressões injustas as quais a nação iraniana está submetida", insistiu Eslami.
"O governo americano deve abandonar seu vício de impor sanções unilaterais e respeitar o direito internacional", acrescentou.
O chefe da organização nuclear iraniana, que também é vice-presidente do governo, planejava se reunir à margem desta conferência com o diretor-geral da AIEA, o argentino Rafael Grossi.
Em seu último relatório, a organização nuclear da ONU criticou o Irã pela sua falta de cooperação, ao considerar que sua missão de monitoramento estava sendo "seriamente prejudicada".
Depois, Grossi viajou ao Irã para resolver a questão "mais urgente", que era a manutenção das câmeras e outras ferramentas de vigilância. É uma "medida para fornecer tempo à diplomacia" para realizar seu trabalho, explicou, com a esperança de uma retomada rápida das negociações em Viena.
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