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Estado de Minas SANTIAGO

Deputados chilenos aprovam quarto saque antecipado de fundos de pensão


28/09/2021 20:47 - atualizado 28/09/2021 20:51

A Câmara dos Deputados do Chile aprovou nesta terça-feira (28) um quarto saque antecipado de 10% dos fundos de pensão para mitigar as dificuldades econômicas provocadas pela pandemia, uma medida muito popular, mas que encontra resistências no governo conservador de Sebastián Piñera.

"APROVADO, Câmara aprova projeto para permitir aos afiliados do sistema previdenciário a retirada antecipada e voluntária de parte dos fundos", anunciou a Câmara Baixa no Twitter depois que a iniciativa obteve 94 votos a favor (um além do necessário), 39 contra e nove abstenções. Para virar lei, o projeto deve ser aprovado no Senado.

O projeto de lei apresentado por legisladores de centro-esquerda recebeu os votos de 17 deputados pró-governo, que ignoraram as advertências do governo por medo da rejeição popular, em meio à campanha para as eleições presidenciais e parlamentares de 21 de novembro.

Desde setembro de 2020 e em meio à pandemia do coronavírus, o Congresso aprovou três saques de até 10% a cada vez dos recursos acumulados em contas individuais de administradoras de fundos de pensão privados, empresas criticadas pelos chilenos por pagarem aposentadorias baixas.

O governo afirmou que esta quarta retirada não se justifica, porque o pior da crise econômica já passou e a medida pode alimentar a inflação ao entrar em circulação o equivalente a entre 12.000 e 16.000 milhões de dólares.

Além disso, o governo destacou que a criação de empregos se recuperou e a ajuda estatal direta às famílias foi ampliada para 16 milhões dos 19 milhões de chilenos.

Os saques anteriores também foram aprovados graças a votos de legisladores da situação, aos quais se juntou a oposição.

"Não temos mais quarentenas, a recuperação [econômica] já começou e estamos diante de um aumento sem precedentes do consumo", disse durante o debate o deputado José Auth, um dos poucos opositores que votou contra a iniciativa.

Nos três primeiros saques, os trabalhadores chilenos sacaram um total de 50 bilhões de dólares, segundo a Superintendência de Pensões.

Com esses saques, cinco milhões de pessoas, de um total de 11 milhões de associados, ficaram sem fundos de pensão nas administradoras criadas há 40 anos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).


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