"Viemos reafirmar nosso compromisso de fazer justiça aos povos Yaqui. Em primeiro lugar, queremos pedir-lhes perdão pelos crimes de Estado que foram cometidos contra seus ancestrais", declarou o presidente em cerimônia pública em Vícam, maior comunidade yaqui no estado de Sonora (norte).
López Obrador lembrou que esses abusos foram cometidos principalmente durante a longa gestão do ex-presidente mexicano Porfirio Díaz (1884-1911), mas não apenas durante esse governo.
O governo mexicano também se comprometeu com um "plano de justiça" que prevê a destinação de recursos para a devolução de terras, garantindo-lhes o direito à água, além de um amplo programa de bem-estar, explicou López Obrador.
O referido plano prevê um investimento inicial de 11,6 bilhões de pesos (570 milhões de dólares), explicou Adelfo Regino Montes, diretor do Instituto Nacional dos Povos Indígenas.
"O plano de justiça não é um presente, não é assistencialismo, só pretende devolver-nos o que é nosso: o território que nos foi tirado, a água que nos limitaram, a dignidade que nos quiseram roubar", afirmou, por sua vez, Jesús Patricio Varela, secretário de Tórim, outra comunidade Yaqui.
Os líderes yaquis também apresentaram ao presidente uma proposta de reforma constitucional das leis relativas aos povos indígenas e afro-mexicanos, assinada por mais de 650.000 membros dessas comunidades, disse Varela.
"O Estado mexicano nunca deve permitir a marginalização, o abuso ou a injustiça contra os yaquis ou qualquer outro grupo étnico ou cultural de nosso país", respondeu López Obrador.
Os povos Yaqui, agrupados em oito comunidades assentadas ao longo do rio que lhes dá o nome em Sonora, mantêm uma longa tradição na defesa dos seus territórios e costumes desde a chegada dos conquistadores espanhóis na primeira metade do século XVI.
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