Buden, praticamente desconhecida na esfera pública, foi "encarregada de formar um governo o mais rápido possível", disse a Presidência em um comunicado.
Nascida em 1958, cientista de formação, Buden tem quase a mesma idade que o presidente Saied e é natural da cidade de Kairuan.
Os poderes do chefe de governo foram consideravelmente reduzidos por causa das "medidas excepcionais" tomadas por Saied em 22 de setembro, que envolvem a suspensão de artigos-chave da Constituição.
A Presidência publicou um vídeo em que Saied recebe Buden em seu escritório e lhe fornece instruções para a formação de um novo governo, o qual ela deve apresentar "nas próximas horas ou dias".
Saied insistiu no caráter "histórico" da nomeação de uma mulher para dirigir o governo da Tunísia.
"É uma honra para a Tunísia e uma homenagem para as mulheres tunisianas", destacou.
O principal objetivo deste futuro governo será "acabar com a corrupção e o caos que se estendem em muitas instituições estatais".
O decreto presidencial promulgado em 22 de setembro oficializou o golpe de força dado em 25 de julho pelo presidente Saied, que assumiu plenos poderes após destituir o primeiro-ministro, paralisar o Parlamento e assumir o controle do poder Judiciário.
Protegendo-se com as "medidas excepcionais" tomadas durante o tempo que leva para realizar uma série de "reformas políticas", o chefe de Estado, que ostenta o poder Executivo, preside também o Conselho de Ministros.
As medidas impostas em 22 de setembro também preveem continuar com a inatividade parlamentar e que o presidente legisle mediante decretos.
Antes de sua nomeação surpreendente, Najla Buden era diretora de um projeto de reforma do ensino superior.
Antes, esta doutora em geologia foi diretora-geral do ministério da Educação Superior.
Nesta quarta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel conversou com o presidente tunisiano e destacou que é "essencial" o "retorno à democracia parlamentar" no país.
TUNES