Jornal Estado de Minas

ESTOCOLMO

Nobel alternativo é concedido a ativistas de Índia, Rússia, Camarões e Canadá

Considerado um "Nobel alternativo", o prêmio Right Livelihood foi concedido, nesta quarta-feira (29), a três ativistas ambientais de Rússia, Índia e Canadá, assim como uma camaronesa defensora das crianças ameaçadas pelo jihadismo - em particular, pelo grupo Boko Haram.



Ferrenha defensora das comunidades indígenas, sendo ela mesma da etnia Wet'suwet de seu país, a canadense Freda Huson foi reconhecida por seu trabalho "em favor da recuperação da cultura de seu povo e da defesa de seu território frente a projetos nefastos de gasodutos".

A militante se opõe, particularmente, à construção do gasoduto Coastal GasLink, que transportaria gás de xisto através da Colúmbia Britânica, informam os organizadores do prêmio.

A jurista camaronesa Marthe Wandu foi recompensada por seu incansável ativismo na proteção da infância e no respeito dos recursos das comunidades "ante a insurgência terrorista e a violência de gênero na região do lago Chade, em Camarões".

Cofundador da Ecodefesa, organização ambientalista russa, Vladimir Sliviak recebeu o prêmio "por sua luta em favor do meio ambiente e por sua contribuição para o movimento popular contra as indústrias do carvão e nuclear na Rússia".

Finalmente, a organização indiana Legal Initiative for Forest and Environment (LIFE, ou Iniciativa Legal para Meio Ambiente e Floresta) foi homenageada "por seus trabalhos jurídicos inovadores, cujo objetivo é fortalecer a capacidade das comunidades de proteger seus recursos e estimular uma maior democracia ecológica na Índia".



Outorgado há mais de quatro décadas, todos os anos, por uma fundação privada sueca, esta distinção é dotada de um prêmio de um milhão de coroas (em torno de US$ 117.000) para cada um dos laureados.

"De Camarões à Rússia, passando por Canadá e Índia, os militantes deste ano nos mostram que uma mudança sustentável é alcançada por meio de comunidades solidárias", destacou a organização, em um comunicado.

O prêmio Right Livelihood foi criado em 1980 pelo ex-eurodeputado teuto-sueco Jakob von Uexkull, depois que a Fundação Nobel se recusou a criar prêmios para destacar a defesa do meio ambiente e do desenvolvimento. Por isso, a fundação que concede a distinção se autointitula como "Prêmio Nobel alternativo".

Em 2019, a ganhadora foi a adolescente sueca Greta Thunberg, então com 16 anos, um rosto icônico da luta contra o aquecimento global.

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