"O caráter divisivo de uma figura política não pode justificar as injúrias racistas, já que a gravidade deste ato, que afeta a própria essência da pessoa, é desproporcional", afirmou o tribunal de Paris em sua decisão.
Intitulada "Obono, a africana" e apresentada como um relato de "ficção política", o artigo de sete páginas conta como a deputada francesa, nascida no Gabão, vivencia - nas palavras da revista - "a responsabilidade dos africanos nos horrores da escravidão" no século XVIII.
Acompanhada de uma ilustração da política com uma corrente de ferro no pescoço, o texto coloca Danièle em uma aldeia da África, onde é vendida como escrava para um notável árabe. Em seguida, é comprada por um religioso francês, que a leva para a França.
O diretor da Valeurs Actuelles, Erik Monjalous, o editor-chefe, Geoffroy Lejeune, e o autor do texto, Laurent Jullien, foram condenados a pagar uma multa de 1.500 euros (1.750 dólares) cada um e a indenizar Obono em 5.000 euros (5.800 dólares) por danos e prejuízos.
"A justiça foi feita. Os racistas foram condenados", reagiu Obono no Twitter.
A publicação em agosto de 2020 gerou uma onda de indignação entre a classe política francesa. O presidente Emmanuel Macron telefonou para a parlamentar para expressar sua "clara condenação de qualquer forma de racismo".
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