Em uma carta, os republicanos Marco Rubio e Rick Scott, senadores pelo estado da Flórida, também reprovaram López Obrador por ter acolhido o chefe de Estado cubano, Miguel Díaz Canel, para as celebrações do bicentenário da independência do México.
"Esperamos que a sua decisão de receber o narco-ditador Nicolás Maduro e a marionete da ditadura cubana Miguel Díaz Canel não seja indicativo de um distanciamento dos princípios de seu país em respeito à democracia e à liberdade", escreveram os legisladores.
Rubio, que tem origem cubana, e Scott consideraram que López Obrador descumpriu compromissos internacionais sobre o crime organizado transnacional ao não deter Maduro, quando este compareceu à reunião de cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) na Cidade do México em 18 de setembro.
Os senadores lembraram que, em 26 de março de 2020, o Departamento de Justiça dos EUA acusou Maduro de "narcoterrorismo" e tráfico de drogas para o território americano, e destacaram que existem "evidências" de que o próprio Maduro supervisionou o trânsito de narcóticos através do México.
"Maduro deveria ter sido extraditado aos Estados Unidos para ser julgado por essas acusações assim que pisasse em solo mexicano", argumentaram Rubio e Scott, ao ressaltar que o México é signatário da Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional de 2000.
O ministro das Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, recebeu Maduro pessoalmente no aeroporto. O líder venezuelano, por sua vez, fez do México o primeiro destino de uma viagem oficial desde que foi incriminado pela Justiça americana.
O governo dos Estados Unidos oferece 15 milhões de dólares em recompensa pela captura de Maduro.
Rubio e Scott também questionaram López Obrador por ter como convidado de honra dos festejos independentistas o líder cubano Díaz Canel, que também participou da cúpula da Celac.
"Por mais de seis décadas, os irmãos Castro, e agora Díaz-Canel, têm oprimido o povo de Cuba", afirmaram os senadores, que também destacaram os "protestos históricos" que ocorreram na ilha caribenha em julho deste ano.
"Optar por outorgar legitimidade a este regime antidemocrático é uma falta de respeito com a luta do povo cubano por sua liberdade e também escurece o simbolismo histórico do 'Grito de Dolores'", disseram Rubio e Scott, em alusão ao ato de setembro de 1810 que deu início à independência do México da coroa espanhola.
Por sua vez, López Obrador afirmou, durante a visita de Díaz Canel, que esperava que o presidente americano Joe Biden agisse "com grandeza" e colocasse um fim às políticas contra Cuba, especialmente o embargo econômico.
WASHINGTON