Em carta ao secretário de Estado, Antony Blinken, 15 legisladores instaram o Executivo a aplicar contra Ortega o arsenal de medidas punitivas previstas na Lei de Direitos Humanos e Anticorrupção da Nicarágua de 2018, conhecida como "NICA Act", e no projeto de lei "RENACER Act", aprovado pelo Senado em agosto.
Os senadores urgiram o governo Biden a "fazer cumprir plenamente" as disposições do "NICA Act", que restringe o acesso da Nicarágua a créditos de organizações multilaterais.
Também solicitaram que as próximas eleições sejam consideradas ilegítimas, além de que seja avaliada a suspensão da Nicarágua da Organização dos Estados Americanos (OEA) e revisada sua participação no acordo de livre comércio entre os Estados Unidos, a América Central e a República Dominicana (CAFTA-DR, na sigla em inglês).
Entre os signatários da carta estão Dick Durbin, o democrata número dois na Câmara Alta, e Bob Menéndez, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, assim como os republicanos Ted Cruz, Marco Rubio e Rick Scott, entre outros.
No texto, os senadores lembram que, desde maio, o governo Ortega perseguiu e prendeu mais de 150 líderes da oposição, incluindo cinco pré-candidatos à presidência.
Também denunciaram que a Assembleia Nacional, controlada por Ortega, legalizou a detenção arbitrária, a restrição à liberdade de expressão e ao trabalho das ONGs defensoras dos direitos humanos. Questionaram ainda se um novo acordo com a Rússia está sendo ratificado "para censurar o uso da internet".
"Essas ações equivalem a um amplo ataque autoritário contra as instituições e a sociedade civil da Nicarágua", argumentaram.
Cerca de trinta funcionários e parentes do presidente Ortega, incluindo sua esposa e vice-presidente Rosario Murillo, foram sancionados nos últimos três anos pelos Estados Unidos sob a Lei Magnisky, que visa estrangeiros acusados de corrupção e violação dos direitos humanos.
Além disso, Washington impôs restrições de visto a vários funcionários nicaraguenses que acusa de serem cúmplices da repressão estatal.
Ortega, de 75 anos, governa o país desde 2007 e concorrerá ao quarto mandato consecutivo de seu partido, a ex-guerrilha de esquerda Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN).
Para o sandinismo, os opositores detidos são "mercenários" apoiados por Washington para tentar derrubar Ortega.
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