"O presidente nunca participou ou teve qualquer informação sobre a venda da Minera Dominga, operação ocorrida em 2010, quando o presidente já não tinha nenhuma participação na administração dessas empresas", disse a presidência chilena em nota.
Os veículos de mídia locais CIPER e LaBot, que participaram da investigação, revelaram a negociação nas Ilhas Virgens Britânicas da Minera Dominga pelo empresário Carlos Alberto Délano, um dos "amigos de infância" de Piñera.
O projeto minerador, atualmente aprovado por um tribunal regional mas com recursos pendentes na Suprema Corte, inclui duas minas, de ferro e cobre, a céu aberto no deserto do Atacama, na região de Coquimbo, a cerca de 500 km de Santiago. Além da construção de um porto de carregamento de minérios próximo a um arquipélago onde existe uma reserva nacional com várias espécies protegidas.
Piñera foi investigado pela transação em 2017 e "o Ministério Público recomendou encerrar o caso por inexistência de crime, conforme a lei e a falta de participação do presidente Sebastián Piñera na operação citada", disse o comunicado presidencial.
O jornal espanhol El País, participante da investigação internacional, publicou que a empresa da família Piñera-Morel vendeu o negócio a Délano com um contrato assinado no Chile por 14 milhões de dólares e outro nas Ilhas Virgens por 138 milhões.
De acordo com a reportagem, o pagamento da operação teve de ser feito em três parcelas, a última sujeita ao "não estabelecimento de área de proteção ambiental sobre a zona de atuação da mineradora, conforme reivindicam grupos ambientalistas", cita o veículo espanhol.
O governo de Piñera decidiu não promover a proteção ambiental na área, condição sob a qual o último pagamento teria sido realizado.
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