Caso os tradutores não compareçam ao tribunal, seus familiares poderão ser acusados como responsáveis por seus supostos delitos e "punidos duramente, para dar uma lição aos traidores", diz uma das cartas, publicada pela NOS.
A emissora holandesa explicou que o destinatário da intimação, que trabalhou para uma missão da União Europeia no Afeganistão, é acusado de ter trabalhado como intérprete para estrangeiros e de ter recebido "seu dinheiro degradante e espúrio".
"Nós nos vingaremos. Se não conseguirmos pegá-los, resolveremos este assunto com seus familiares", advertem em outra carta, na qual acusam o tradutor de ser responsável pela morte de combatentes talibãs.
Segundo a NOS, tudo indica que as cartas, que têm um carimbo oficial, foram enviadas pelos talibãs, mas a emissora reconheceu que é difícil verificar esta informação. A rede de TV explicou que esteve em contato com diversos intérpretes que trabalharam para a Holanda, e que estes lhe contaram que sua situação no país asiático era cada vez mais dramática.
Os talibãs pediram em junho aos tradutores afegãos de forças estrangeiras que se "arrependessem", mas que continuassem vivendo no Afeganistão após a retirada das tropas ocidentais. Os islamistas radicais, que estão de volta ao poder, asseguraram que os tradutores "não correriam nenhum perigo, em nenhum lugar".
Apesar da promessa, um relatório confidencial da ONU alerta que os talibãs estão perseguindo pessoas que trabalharam para as forças militares estrangeiras.
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