Jornal Estado de Minas

PARIS

Prêmio francês Goncourt muda suas regras para que parentes do júri não concorram

A Academia do prêmio Goncourt, o mais prestigiado dos prêmios literários franceses, anunciou nesta terça-feira (5) que alterou as suas regras para que "trabalhos de cônjuges ou pessoas próximas dos membros do júri" não sejam elegíveis.



Esta nova regra, adotada por unanimidade, obriga os jurados a revelarem os laços de proximidade com os candidatos, sob ameaça de exclusão se não o fizerem. A inclusão dos trabalhos do cônjuge de um dos jurados na lista de seleção causou polêmica em meados de setembro.

O livro em questão - "Les Enfants de Cadillac" de François Noudelmann, parceiro da jurada Camille Laurens - não foi retido na segunda volta dos nomeados para o Goncourt, visto que esta regra tem efeito imediato.

A Academia também aprovou por unanimidade outra regra nesta terça-feira, em resposta à segunda parte desta controvérsia: "os membros do júri que têm uma crônica literária em um meio evitarão falar sobre as obras que aparecem na seleção, enquanto estiverem nesta lista".

Mais uma vez, Camille Laurens esteve no centro das notícias, tendo escrito no Le Monde em setembro uma crítica muito dura contra um dos livros selecionados na primeira etapa, "La Carte postale" de Anne Berest.

O júri do prêmio mais importante da literatura francesa reagiu rapidamente para conter as críticas à suposta opacidade do processo de seleção e aos conflitos de interesse. O objetivo dessas mudanças é, segundo a Academia, "respeitar o sigilo do voto".

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